Dia dos Mortos
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No dia 1 de Novembro, sábado, celebra-se o Dia de Todos os Santos. No dia 2 de Novembro o Dia dos Fieis Defuntos, Dia dos Finados, dia de confraternização de famílias e amigos nos cemitérios a lembrar os que já foram. Grande dia para as floristas e para o comércio de flores.
O Diário de Notícias de hoje noticia que na sexta-feira, 31 de Outubro, vai realizar-se em Lisboa, um jantar com cerca de 100 pessoas que fizeram parte dos governos de Cavaco Silva, quase coincidindo com a data do Dia dos Mortos. Será um almoço de confraternização das Múmias à espera do seu dia. Provavelmente vão carregados de enxofre que serve não só para tratar terras e vegetais mas também para as bruxas fazerem os seus ritos com demónios.
Na terça-feira passada, 28 de Outubro, foi votada na generalidade a proposta de OE para 2026 apresentada pelo Governo. Antes de discutida na AR foi enviada à EU para aprovação, tendo sofrido algumas alterações a nível da Despesa. A proposta foi aprovada com os votos do PSD e CDS-PP. Teve votos contra do Chega, IL, Livre, PCP e BE. PS, PAN e JPP abstiveram-se. É curioso que o Partido Socialista absteve-se “responsavelmente” para permitir que o Pais (Governo) tenha estabilidade, não obstante considerar que o documento é ”medíocre” e que não responde às necessidades do País. No ano anterior o PS também se absteve, na altura com uma “abstenção violenta”. Hoje vem pedir a demissão da ministra da saúde. O OE que deixou passar contém cortes na Despesa e noutras áreas. Que autoridade tem agora para “ reclamar ou protestar” contra as medidas do governo? Não serão palavras para enganar as pessoas? A Abstenção foi “responsável” ou irresponsável(mente) comprometido com as políticas do Governo?
Os cortes na Saúde, na Educação, nos Salários, na Habitação e nas Pensões são mais que conhecidos porque as prioridades do Governo são outras. A tão apregoada descida do IRC (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas) para 19% vai permitir a entrega de 2 mil milhões de euros por ano aos grupos económicos. Acabar com a derrama estadual, Artº 87 A do Código do IRC, como defende o Chega e Iliberal, não é para a esmagadora maioria das empresas. Existem cerca de 1 milhão de empresas e só cerca de 3600 é que pagam derrama, mas 74 destas pagam 60% do total do valor. São os grandes grupos económicos os beneficiários, são os que alimentam a IL e o Chega e quejandos.
Os impostos indirectos continuam a aumentar. São as taxas e taxinhas de tudo quanto é serviço que todos os utentes pagam sem pestanejar. Quando os seguros dos automóveis e das casas aumentam a carga fiscal aumenta percentualmente e as pessoas nem se apercebem.
Mas os dinheiros, os que sobram e os que são pedidos emprestados, pagando juros, têm, também, outros destinos. O Jornal de Negócios de 15 de Setembro passado publicou que Portugal vai comprar 50 milhões de armamentos aos EUA para entregar à Ucrânia, conforme anúncio feito por Nuno Melo, Ministro da Defesa, no final de uma reunião ministerial no Quartel-general da Nato, em Bruxelas. O mesmo jornal também publica que mais 10 milhões destinam-se a drones fabricados na Grã-Bretanha e que mais armas vão ser importadas.
Este senhor Melo, de Braga, há tempos dizia que o negócio da guerra era bom para Portugal pois iria gerar investimentos e empregos. Não parece ser esse o caso pois o Trump obriga que lhe comprem os materiais. Esperemos que ele esteja em prontidão para ir para a guerra, Integrado no batalhão que a França está a preparar secretamente para ir para a Ucrânia. Entretanto, vamos conhecendo as empresas que vão encerrando por falta de trabalho ou que entram em lay-off por falta de materiais. A mais recente é a Bosch Braga, indústria automóvel, 2500 trabalhadores entram em lay-off já em Novembro, durante 6 meses que podem ser prorrogados. A Autoeuropa pode vir a sofrer situação semelhante. Na Alemanha está a acontecer os despedimentos e lay-off em diversos sectores. A falta de chips é um dos problemas.
Ursula von der Leyen, aqui há uns tempos fez uma intervenção pública dizendo que os russos não tinham chips e que andavam a tirá-los das máquinas de lavar. Provavelmente vai mobilizar os europeus para tirarem os chips das suas máquinas lavar para pôr a indústria europeia a funcionar.
Os comentadores de serviço, os mesmos que diziam que os militares russos não tinham meias para calçar, agora dizem que as armas que os russos acabaram de testar, são de tecnologia que já tem mais de 60 anos e que não têm nada de especial e dizem isto sorrindo como senhores importantes e conhecedores. Esperemos que não venham a ser utilizadas para bem de todos nós.
154 anos, do ponto de vista histórico, não são muitos anos, mas já vai há muito tempo. Mas foi nesse tempo que em França se deu uma experiência histórica de governo que foi interrompida com muito sangue com poderosa intervenção estrangeira. Esse governo
- Introduziu os princípios democráticos da elegibilidade, da responsabilidade e da substituição dos quadros do governo;
- Definiu um salário médio para os quadros (600 francos);
- Realizou um poder ao serviço dos interesses do povo, introduziu a remuneração obrigatória mínima, medidas de protecção do trabalho e empreendeu a luta contra o desemprego, a melhoria das condições de habitação e o fornecimento de géneros de primeira necessidade, realizou reformas para a educação gratuita, votou um decreto para a criação de cooperativas de produção nas empresas, instaurou um controlo operário e a eleição dos dirigentes em certas empresas nacionais.
As múmias e seus afilhados que nos têm governado, alimentados com o leite do antigamente, são os herdeiros e os continuadores da destruição do que se passou há 154 anos e do que foi construído após o 25 de Abril, agarram-se desesperadamente aos tachos e tachinhos para manterem os seus privilégios de classe, sabendo, de ciência certa, que mais cedo do que tarde acabarão por sucumbir.
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