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01/10/14

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O ASSOBIO DO FADO TRISTE

Cristina Guerreiro

http://guidu-antonietti.com/photographie/mes-illusions-donnent-cour

Lá andava ele. Nunca fez mal a ninguém. Bem também não.

Mas por uma qualquer razão toda a gente diz para não se aproximarem dele, especialmente às crianças, muito cuidado, é de fugir e de não deixar chegar perto e vir logo contar se ele chamar ou quiser oferecer alguma coisa, embora de seu nem a roupa que é mais buraco que o descobre na pele suja do que o aquece quando chega a invernia. Mas isto nunca se sabe, há quanto tempo vive este diabo por aqui, logo no adro da igreja, a culpa é do padre que lhe dá sopa e da cambada que sai da taberna defronte e o desafia para os copos.

Lá anda ele. Sempre anima, que isto é uma risota vê-lo a falar com as árvores e as bicicletas arrumadas. E uma tristeza, que olhando melhor é capaz de ser um homem novo. Ou talvez não, ninguém sabe, aquela barba não deixa adivinhar nada, só o fado triste pendurado nos beiços que até dá pena ouvi-lo quando se está em casa. É bonito. Tudo silencioso e só aquela música a ouvir-se ao longe, onde será que ouviu aquilo, é quando está pior que se põe a assobiar aquilo e depois está dias que ninguém o vê. Já se deu como morto várias vezes mas o demónio tem sete vidas, aparece rotinho e mais doido do que se foi. Ninguém sabe donde veio nem como se chama ao certo, qualquer coisa lhe chamam e o tolo ri-se e o povo acha graça. Agora que leva jeito para os bichos, isso é verdade, mas deve ser do cheiro, que as bestas sempre se juntam umas às outras e é vê-lo com a canzoada de volta dele até chegar o padreco e espantar o adro fora até todos levarem sumiço. Não gosta, que vai-se mas de braços ao alto como se a fúria o tomasse, mas não tem outro remédio que a mão que o castiga é a mão que o alimenta.

Coitado.

Parece que ainda o estou a ver.
Lá andava ele. Quem diria que era gente de bem e ficou assim maluquinho.

Ainda o tentei ajudar mas ele não deixou. São todos testemunhas. Assobiava tão bem.

Há-de estar num lugar melhor.

AS CILADAS DA HISTÓRIA



Mário Martins

Com este título quero significar a ocorrência e a leitura de importantes factos aparentemente determinados pelos homens os quais, no entanto, aconteceram independentemente da sua vontade, plano ou previsão. Não me refiro, portanto, aos acidentes, tantas vezes dramáticos, da natureza mas à história, não menos dramática, dos actos humanos. Sem dúvida que os variados interesses e os consequentes actos das pessoas e dos grupos humanos marcam a vida social, seja em cooperação seja em conflito, mas estão longe de esgotarem a explicação do rumo das coisas. Pelo contrário, a acumulada experiência histórica demonstra que não é só nos nossos computadores que existem ficheiros ocultos, mas que também há uma grande dose de imprevisibilidade quando não mesmo uma caixa de Pandora por detrás das grandes decisões e actos humanos. Será o caso, por exemplo, segundo o autor, Charles C. Mann, do livro “1493 - A Descoberta do Novo Mundo que Cristovão Colombo criou”*, da descoberta das Américas pelos europeus há cerca de 500 anos. A formidável alteração do mundo provocada pela chegada da expedição de Colombo às terras índias e sequente colonização, está muito para além do objectivo de aceder ao próspero comércio asiático. “Os navios que cruzavam o Atlântico transportavam não só seres humanos, mas também plantas e animais – por vezes intencionalmente, por vezes acidentalmente. Depois de Colombo, ecossistemas que haviam estado separados durante éons encontraram-se subitamente e misturaram-se, num processo a que Crosby** chamou, e que fora o título do seu livro anterior, o Intercâmbio Colombiano, o qual levou milho para África e batata-doce para a Ásia Oriental, cavalos e maçãs para as Américas, e ruibarbo e eucaliptos para a Europa – e também foi fazendo a permuta de uma enorme quantidade de organismos menos familiares, como insectos, ervas, bactéria e vírus (…) Os livros de Crosby foram os documentos constitutivos de uma nova disciplina: a história ambiental. Esse mesmo período assistiu à ascensão de outra disciplina, os estudos atlânticos, que sublinhavam a importância das interacções entre as culturas das margens desse oceano. (Recentemente, alguns atlanticistas juntaram ao seu campo de acção as deslocações através do Pacífico; o campo talvez tenha de ser rebaptizado). Em conjunto, os investigadores em todos estes domínios têm estado a construir o equivalente a uma nova imagem das origens da nossa civilização de âmbito mundial e interligada, ou seja, o modo de vida evocado pelo termo “globalização”. Uma maneira de resumir os seus esforços poderia ser dizermos que à história de reis e rainhas que a maior parte de nós aprendeu na escola se juntou um reconhecimento do notável papel desempenhado pelo intercâmbio, tanto ecológico como económico. Outra forma seria dizer que há um reconhecimento crescente de que a viagem de Colombo não marcou a descoberta do Novo Mundo, mas sim a sua criação.”*


*Edição da Casa das Letras
**Alfred W. Crosby, geógrafo e historiador


FACEBOOKERS

António Mesquita

" A estudante holandesa Zilla van den Born, de 25 anos, usou o Photoshop para criar falsas fotos de uma viagem de férias de cinco semanas pelo sudeste da Ásia. A jovem compartilhou no Facebook as imagens da falsa viagem, segundo a imprensa holandesa."


(Globo.com10/9/2014)


Zilla mentiu à família e aos amigos para escrever uma tese. Nas suas palavras, fez isso para mostrar às pessoas que "nós filtramos e manipulamos o que a gente posta nas mídias sociais. Criamos um mundo ideal online no qual não se pode mais encontrar a realidade." (de uma entrevista ao 'Daily Mail')


Sabe-se como a 'reescrita da história' sempre existiu (na URSS de Estaline, por exemplo, Trotsky desapareceu das fotografias), muito antes da imagem digital e do Photoshop. A 'reescrita' foi sistematicamente utilizada pelos vencedores para apagar a memória dos vencidos, isto é, o passado comum, a realidade testemunhada inter-subjectivamente. A Igreja Católica impôs a sua versão dos factos, onde, por exemplo, a história dos Albigenses ficou reduzida 'à porção côngrua', ao que o poder triunfante julgasse adequado ao seu próprio engrandecimento.


Estas práticas de 'manipulação' ficavam-se, no entanto, pelo domínio da política e da ideologia oficial. A esfera doméstica não 'comunicava' com a política. Com a sociedade da informação, a 'osmose' misturou tudo; há cada vez menos independência nas 'esferas', tendo o 'doméstico' sido, entretanto, ocupado por esta versão 'soft' e democrática do 'Big Brother' que são a comunicação compulsiva e o 'feedback' obrigatório, (nem que seja reduzido à forma de um 'like').


O poder, com isto, tornou-se capilar (acompanhando a miniaturização dos suportes e transmissores da informação). A estudante holandesa mostrou-se exímia (e suficientemente amoral) para 'navegar' neste poder capilar que não conhece outra realidade para além de si próprio.


Beatificamente sem escrúpulos, para maior glória da Informação. As pessoas devem saber por um manipulador que a manipulação existe, e que está ao alcance de qualquer 'facebooker'.

A FESTA


Manuel Joaquim

Casa do Alentejo


Todos os dias, de manhã e à noite, ouço a Antena 1. Tem bons profissionais, bons programas e alguns bons colaboradores. É a emissora que mais divulga a música e os músicos portugueses.

De segunda a sexta-feira, pelas cerca das 8 horas e 30 minutos, Miguel Esteves Cardoso tem uma crónica muito interessante sobre música e intérpretes norte-americanos, num  programa que se chama “Se as canções falassem”.

 No dia 22 de Setembro, a crónica de Miguel Esteves Cardoso foi sobre uma canção muito melodiosa, “Setember in the Rain”, de Harry Warren, letra de Al Dubin, versão de Doris Day. Começou a sua crónica dizendo, mais ou menos o seguinte: “Costuma chover em Setembro, mas não tanto como tem chovido. A chuva por acaso inspira compositores e letristas. ….E a chuva entra pelas músicas e pelas letras adentro. O mês de Setembro, a palavra Setembro, o sentimento de Setembro, também se presta muito a canções de amor. A chuva em Setembro traz saudades”.

Miguel Esteves Cardoso leu a sua crónica de forma muito poética, muito sentida,  despertando a minha atenção para a beleza do texto e fazendo-me recordar um fado muito bonito, composto e interpretado por Jorge Fernando e também por Mariza, que se chama Chuva. Como também me fez recordar  um texto  escrito por ele, num mês de Setembro,  sobre a maior festa que se realiza em Portugal nos primeiros dias de todos os  meses de Setembro. 

Este sempre jovem escritor conseguiu fixar nesse texto extraordinário, o sentimento, a vontade, a determinação, a capacidade de trabalho e de organização de centenas de milhares de pessoas de todas as idades, de todos os locais de Portugal, para, fraternalmente, construírem um espaço do melhor que se faz para conferências e debates políticos, para a divulgação da música, do teatro, do cinema, da literatura, da pintura e da escultura, da ciência,  do desporto, das realidades e gastronomia e costumes de todas as regiões e de países dos quatro cantos do mundo.

Nos primeiros dias de Setembro, como não podia deixar de ser, mesmo com a ameaça de chuva, lá fui acampar com a família para ir à Festa. Acampámos na quarta-feira anterior e, nessa noite, visitámos todo o recinto onde observámos centenas de jovens trabalhando militantemente na montagem dos espaços, nas pinturas e na decoração, criando verdadeiras obras de arte que deveriam perdurar por muitos anos.

Na manhã do dia seguinte, como sempre, fomos para Lisboa, para as Portas de Santo Antão, onde é obrigatório ir beber uma ginginha, local  já  muito procurado não só por portugueses e imigrantes africanos, mas também  por turistas de todo o mundo e muito particularmente por brasileiros. 

Próximo  à Ginginha,  está a Igreja de S. Domingos, que pertencia ao Convento do mesmo nome  até ao terramoto de 1755 e que em 1950 foi praticamente destruída por um incêndio de grandes proporções. Foi nesta igreja que a Inquisição condenou muitas  pessoas a serem queimadas vivas. É um monumento grandioso, cuja  visita  nos faz lembrar  passados deste mundo.
Depois, foi um bom almoço, tipicamente alentejano, acompanhado por um bom vinho branco da Vidigueira, na Casa do Alentejo, que também fica nas Portas de Santo Antão. 

O Palácio Alverca, construído em parte das muralhas fernandinas,  onde está instalada a Casa do Alentejo, pertenceu aos Viscondes de Alverca, família Paes do Amaral, até 1981. As Portas de Santo Antão estavam integradas  na “Cerca Fernandina”.

Neste palácio, em 1919, foi instalado o “Magestic Club” um dos primeiros casinos de Lisboa. Já lá funcionou um liceu e um armazém de mobílias e de objectos de arte. Em 1932 foi arrendado ao Grémio Alentejano que passou a Casa do Alentejo que o comprou  em 1981 aos seus anteriores proprietários.

O projecto de alterações, de 1917, foi da autoria do Arquitecto António Rodrigues da Silva Júnior. Grandes artistas da época, Júlio Silva, Benvindo Ceia, Domingos Costa, Jorge Colaço e outros, estão lá  representados. O grande artista alentejano Rogério Ribeiro está representado com um painel datado de 1980. É um edifício com um interior deslumbrante,  muito rico em pintura e azulejos, que vale a pena visitar e aproveitar a oportunidade para provar os paladares alentejanos.
Por sorte, estava a decorrer a apresentação para a comunicação soclal e outras entidades da Candidatura do Cante Alentejano a Património Imaterial da Humanidade – Unesco, onde estava presente Sérgio Tréfaut, realizador do filme Alentejo Alentejo que teve o Prémio Melhor Filme Português Indielisboa 2014. 

Enquanto almoçavam e confraternizavam, os cantadores entraram em função, dando alegria e emoção a todos os que os ouviam. O Filipe, com 16 meses, ouviu pela primeira vez o Cante Alentejano com muita atenção, movendo os lábios tentando acompanhar os sons, merecendo a atenção e a curiosidade dos próprios cantadores. Entretanto, já vi,  no Porto,  o filme Alentejo Alentejo  que  merece ser visto.

Depois de visitar e de merendar na Gulbenkian, também lugar de visita obrigatória, foi o regresso ao local da Festa.

Nos dias seguintes, dias de trabalho, de convívio, de prazer, envolvidos num mundo diferente. E a chuva, a chuva de Setembro a cair sobre as tendas e sobre  nós. E foi a chuva que me levou a ver duas peças de teatro extraordinárias, “Arte de ser…imprecação a Teixeira de Pascoaes”, pelo Teatroensaio, do Porto, com interpretação de Inês Garrido; e “Cavalo manco não trota”, pela Companhia de Teatro do Algarve, com interpretação de Luís Vicente. 

E assim aconteceu mais uma Festa. Simplesmente a maior  realizada em Portugal e que Miguel Esteves Cardoso tão bem  retratou mas ignorada pela  comunicação social como se ela não existisse. Mas a Festa existe, realmente,  e, para o ano,  vai ter mais 7 hectares de terreno.

Setembro de 2014


   

PRESÚRIAS

Afonso Anes Penedo

Tríptico da Natividade

Por presúria designava-se o acto de apropriação material das terras com as instalações pertencentes aos sarracenos expulsos durante o longo processo histórico da reconquista cristã (…). Na verdade, constituiu a base da organização dos domínios senhoriais


Dicionário Ilustrado da História de Portugal, Publicações Alfa, 1985


Guimarães distinguiu um dos seus mais ilustres cidadãos, atribuindo o seu nome a um dos museus da cidade, o qual reúne um espólio medieval de elevada riqueza, tanto do ponto de vista, do valor, como da arte, destacando-se essa peça única que é o Tríptico da Natividade, oferecido por D. João I a Nossa Senhora da Oliveira como agradecimento pela vitória alcançada em terras de Aljubarrota e tudo indica ter pertencido a D. João I, mas de Castela, sendo recolhido no campo de batalha como um despojo de guerra. A visita ao museu conduz-nos a uma viagem de reflexão a esse tempo de luta pela independência do território, num tempo de afirmação da nação, e dessa devoção do ex-Mestre de Avis pelas terras do Entre-Douro e Minho berço da nobreza, celeiro da nata cavaleiresca que se emancipou dos senhores de Leão. Alberto Sampaio, foi sobretudo um historiador e uma das suas obras de referência, são os Estudos Históricos e Económicos, divididos em 2 volumes sendo no primeiro abordado o estudo de As Vilas do Norte de Portugal. Na introdução diz-nos que o objecto da sua investigação «é a história da sociedade do noroeste peninsular» e da mesma traça-nos um quadro evolutivo que nos traz do interior das cividades até à chamada reconquista cristã. «As Civitates», começa por nos dizer, «eram pequenos povos com organização política autónoma» e de seguida esboça um quadro da vivência social e económica dos seus habitantes, a qual assentava essencialmente no usufruto comum das terras e dos bens, mas, «antes da conquista romana» eram já visíveis transformações geradoras de desigualdades. A presença do império vai impor mudanças qualitativas, não só ao nível da economia como da hierarquização da sociedade. Numa descrição que aqui simplificamos, no desenvolvimento deste trabalho de investigação, a que nos vimos referindo, veremos surgir as vilas, «um dos principais pontos da romanização», as quais irão adiante transformar-se nas freguesias e lugares. A presença sueva, apesar de escassa no tempo, terá uma integração mais sólida do que aquela que se poderia supor e não fosse o alastramento dos visigodos pelo território hispânico, seria interessante saber até onde a sua influência deixaria raízes mais profundas. Contudo, o reino visigodo não terá muito tempo para respirar, pois escassos dois séculos depois, os árabes alcançam a península e espalham-se de sul para norte. É sobre esta presença árabe que o historiador nos traz algo, que hoje não sendo novo, não deixa de passar quase despercebido. Alberto Sampaio, mostra-nos que, e servimo-nos das suas palavras, «Quanto à política seguida pelos árabes no noroeste, ela não podia ser diferente da adoptada no sul, da brandura da qual restam monumentos de sobra (…) Não obstante o senhorio das terras pertencer em teoria aos muçulmanos, a posse e a cultura delas, pagos os tributos, eram conservadas aos cristãos, com o livre exercício da sua religião, da língua e das próprias leis.», ou seja, as terras, e ressalva a norte, objecto do seu estudo, mantiveram-se na posse dos seus anteriores proprietários. Talvez este aspecto resultasse de a norte não terem consolidado o seu poder militar, mas o certo é que, pagos os impostos e os tributos, os proprietários mantiveram a posse da terra. Mantiveram, mas tão só até à chegada dos cristãos, pois o que tanto chamamos de reconquista, não passou de facto de uma conquista. Revela-nos o historiador que «Desde as primeiras empresas dos reis asturianos, manifesta-se sem a menor ambiguidade uma nova compreensão dos direitos reais (…) o rei não se limitou a ocupar só os lugares fortificados (exceptis Castris), substituindo o seu governo pelo dos árabes, mas apoderou-se simultaneamente dos prédios rústicos com as habitações que eles continham (cum Villis & viculis): por onde ele passava, toda a propriedade ficava portanto incorporada na coroa», dizemos nós, sem rigor histórico e numa linguagem mais terrena, a reconquista tornou-se um roubo, do qual beneficiaram as famílias dos que possuíam armas e cuja arte era apenas guerrear. Como muito bem nos diz Alberto Sampaio, e repetimo-lo, «manifesta-se sem a menor ambiguidade uma nova compreensão dos direitos reais» e a palavra «direitos» aparece sem qualquer tremor na escrita, pois assim foram entendidos, decretados, certamente, como hoje, por uma qualquer maioria absoluta de uma assembleia, a favor da minoria armada. Assim, nasceram e cresceram os direitos e a riqueza de uma elite que ao longo dos séculos mostrou quase sempre ser soberba e medíocre. Como acrescenta o historiador, «Expulsando os inimigos de um território e repondo aí o governo cristão, os monarcas da restauração julgaram-se conquistadores do país revertido ao seu governo (…) adquiriam tanto a soberania, como os imóveis (heridates) e os móveis que saqueavam (facultates); tudo tinha sido arrancado de espada em punho». «Com prédios adquiridos de tal maneira, por direito da guerra (as terras públicas, que dos romanos passaram para os suevos, estavam esgotadas há muito), formou-se mormente o património real, do estado conhecido pelo nome de «bens da coroa». «Essa imensidade de propriedades, disseminada por toda a parte, nos cantos mais remotos, e sob as formas mais variadas, não me parece que possa ter outra origem.» A nós também não, tanto mais que as presúrias prosseguem nove séculos decorridos.





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