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01/02/20

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O LIVRE PENSADOR

Mário Martins
https://www.circuloleitores.pt/catalogo

“O cepticismo é o primeiro passo para a verdade”
“Aquilo que nunca foi questionado nunca foi provado”
“Poderão exigir que procure a verdade, mas não que tenha de a encontrar”

Pensamentos Filosóficos
Denis Diderot



Reconstituir a vida de Denis Diderot (1713-1784), o philosophe, como era chamado, é mergulhar na tremenda luta de ideias que agitou uma sociedade, a francesa, sujeita a uma monarquia despótica e a um catolicismo asfixiante, prenunciando a convulsão revolucionária que ocorreria apenas cinco anos depois da sua morte, nos finais de um século que a posteridade haveria de distinguir como o século das Luzes ou do Iluminismo.

No plano político-social, o filósofo não era de meias tintas: “Põe os olhos na capital do teu império e encontras duas classes de cidadãos. Alguns, chafurdando na riqueza, exibem um luxo que provoca a indignação entre aqueles que não foram corrompidos por ela”. Esta nota atrevida era dirigida, nada mais nada menos, do que ao jovem rei de França, Luís XVI, neto de Luís XV, que 25 anos antes o havia mandado prender, por heresia e delito de opinião. Diderot perguntava depois ao rei “a razão pela qual continuava a tolerar a insaciável cobiça dos seus cortesãos, permitindo a todos os homens protegidos do seu reino que se abriguem do peso da tributação, enquanto o povo geme sob o peso dos seus impostos”.

Para desilusão do filósofo, de nada valeram os avisos ao rei, tal como tinham caído em saco roto, alguns anos antes, os conselhos que, por escrito e pessoalmente, dera à czarina da Rússia, Catarina, a Grande, que o protegeu e, diletantemente, gostava de o ouvir. A certa altura, perante a insistência de Diderot em saber qual a razão pela qual nenhuma das suas sugestões fora implementada, a imperatriz respondeu que “Nos vossos planos de reforma, esqueceis a diferença entre os nossos dois papeis: vós trabalhais no papel, que tudo consente: é suave e flexível e não oferece qualquer obstáculo nem à vossa imaginação, nem à vossa pena, ao passo que eu, pobre imperatriz, trabalho na pele humana, que é muito mais irritadiça e sensível”.

Apesar deste espírito imobilista, o absolutismo russo teria ainda uma vida longa de mais de um século, enquanto o francês em breve sucumbiria na guilhotina da Revolução. Dessa intensa relação intelectual entre a déspota russa e o filósofo, ficariam os caboucos artísticos do que viria a ser um dos maiores museus do mundo, o Ermitage, em Sampetersburgo, para onde transitou, comprado pelo estado russo a proprietários franceses, o primeiro acervo de obras de arte, escolhido e negociado por Diderot.

Crítico impiedoso da escravatura, aplaudiu o nascimento dos Estados Unidos da América, apesar de censurar os horrores do sistema das plantações baseado nela, na esperança de que, se a erradicasse, poderia tornar-se a terra prometida.

Ao contrário de outros dois grandes vultos do Iluminismo, seus contemporâneos, Voltaire e Rousseau, Diderot era ateísta. Por esta razão, os dirigentes da Revolução que, astutamente, não queriam assustar o povo com o ateísmo e lhes interessava manter Deus do seu lado, trasladaram o corpo de Voltaire para o panteão, enquanto classificavam Diderot como inimigo do povo.

Mal sabia o incansável escritor, filósofo, polímata, a alma da famosa Enciclopédia iluminista, que sempre se preocupara com a sua memória futura (“A posteridade cabe ao philosophe, como o céu ao homem de religião”), que o seu túmulo numa igreja de Paris haveria de ser profanado, nove anos depois da sua morte, por ladrões interessados no chumbo do caixão, indo parar os seus restos mortais,
presumivelmente, a uma vala comum…

ESTAREMOS MESMO FRITOS?

António Mesquita
Resultado de imagem para DARK WATERS


Passados mais de 20 anos sobre a primeira denúncia do crime ambiental sobre a saúde pública por um agricultor de  Parkersburg, West Virginia, Wilbur Tennant, ainda lemos nas instruções das frigideiras e panelas a indicação  de que o seu uso é inofensivo para a saúde "por se tratar de material inerte".

Confesso que apenas fui alertado para o problema depois de ver o filme de Todd Haynes "Dark Waters", ("Verdade Envenenada") de 2019.

É tão do outro mundo verificar que algumas coisas que todos fazemos todos os dias, aparentemente anódinas, produtos que somos estimulados a consumir (algumas vezes sem alternativa), mesmo que achemos que em geral a publicidade comercial não é de levar a sério, porque confiamos que existem regras e instituições para as fazer cumprir e, também porque não será do interesse de nenhuma empresa fazer "guerra de extermínio" aos que compram os seus artigos, que o caso reportado neste filme abala os próprios fundamentos da sociedade e a nossa confiança no futuro.

A DuPont de Nemours, um gigante da indústria química norte-americana, que foi processada judicialmente e teve de pagar 670 milhões de dólares a algumas das suas vítimas, por acção de um intrépido  advogado, Rob  Bilott, continua, pois, com conhecimento de causa, a fornecer as cozinhas de todo o mundo com o PFOA-C8 (*), conhecido por Teflon e seus derivados, um anti-aderente que impede que os alimentos se peguem às nossas frigideiras e panelas, sem ser molestada pelos serviços governamentais ou pelas autoridades da saúde pública.

É preciso encontrar uma nova metáfora para esta invisibilidade do mal porque as indemnizações que esta empresa química teve de pagar abrangeram apenas uma pequeníssima parte das suas presumíveis vítimas.  A complexidade do estudo (demorou alguns anos a análise das amostras de sangue recolhidas, no final dos anos noventa, a cerca de 60 mil dadores aliciados por um prémio, graças aos esforços de Bilott) não seria um problema para o Estado que evidentemente dispõe de outros meios que não estão ao alcance dum particular. Como se explica esta inacção dos poderes públicos?

Como era se supor, a DuPont tentou alterar a sua fórmula para responder às críticas, mas nada de relevante, afinal. Continuam por fazer testes mais extensivos quanto aos danos do Teflon e por provar que as "correcções" da empresa resolveram o problema.

Um filme é decerto alguma coisa e, se for suficientemente divulgado, esta impunidade talvez não seja por muito tempo. Mas que o bilião de lucros anuais da corporação não tenha sido afectado e que se continuem a vender esses utensílios por todo o mundo e a propalar mentiras sobre as consequências para a saúde do anti-aderente deixa-nos perplexos sobre a vulnerabilidade da democracia ao ignorar por tanto tempo as evidências.

Sobre o filme proprianente dito, é claro que o objectivo de denunciar o crime e o "complot" dum gigante da química para evitar que os seus lucros sejam beliscados, transcende a necessidade da arte cinematográfica. Não fosse esse o primeiro motivo, poderíamos desejar que a história fosse menos didáctica e que revelasse outros meandros da psicologia de grupo, por exemplo. Mas em nada essa consideração diminui, como é óbvio a urgência da mensagem cívica. E até poderíamos louvar a Todd Haynes e a sua equipa  terem sabido evitar o tom panfletário.

(*) "Dos compostos libertados pelo Teflon, existem:
  • PFOS (ácido perfluoro-octanossulfônico): 14 gases e partículas, tóxicos ou cancerígenos, dos quais destacam-se pela extrema toxicidade:
    • PFIB (perfluoroisobuteno), agente de guerra química 10 vezes mais tóxico do que o fosgênio utilizado na 1ª e 2ª Guerra Mundial;
    • COF2 (fluoreto de carbonila) análogo ao flúor fosgênio;
    • AMF ou MFA (monofluoroacetate) gás mortal mesmo em doses baixas;
    • HF (ácido fluorídrico) gás altamente corrosivo;
    • TFE (tetrafluoretileno) carcinogénico.
  • PFOA (ácido perfluoro-octanoico)– toxina que acarreta problemas no fígado, sistema imunológico, defeitos de nascença e potencial carcinogénico. É libertado caso tenha sido usado na fabricação do revestimento teflon. Todavia caso não tenha sido usado, os seus substitutos como GenX também têm historial  igualmente tóxico."



CRÓNICA

Manuel Joaquim

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Os tempos que vivemos fez-me recordar um livro publicado pela editora Livros do Brasil, Edições dois Mundos, em 1946, com o título em português “Estes Dias Tumultuosos”, de Pierre Van Paassen, que trata, do ponto de vista histórico, os fins do século XIX até aos tempos da 2ª Guerra Mundial e a intervenção no médio oriente e colónias, referindo as felicitações de Pio XII a Pétain, a quem o papa chamou “o mais lídimo representante das nobres tradições da sua raça”, poucos dias depois de jazer a república por terra e de ter decretado o marechal a morte da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, por ordem de Hitler, Mussolini e Franco. Foi o fascismo em toda a sua plenitude.

Putin, no discurso que fez nas comemorações dos 75 anos da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz pelo Exército Soviético, referiu-se a políticos da época com gravíssimas responsabilidades em todos os acontecimentos da 2ª guerra mundial. O que é dito acima, escrito há mais de 70 anos, confirma o que Putin disse. A comunicação social passou um pano sobre as suas palavras. Mas o nazi-fascismo alemão foi derrotado.

O Médio Oriente, África e Ásia, estão a sofrer guerras para a rapina das suas riquezas. Em 16 de Março de 2003, Bush, Blair, Aznar e Durão Barroso, reunidos nos Açores, decidiram invadir o Iraque quatro dias depois. 17 anos de destruição e morte. Contrariamente ao que pensavam, não tem sido fácil. Há 88 anos os britânicos foram corridos pelos iraquianos. Agora vão ser os americanos e seus aliados, incluindo os portugueses, a serem corridos. Os iraquianos estão a formar comités para garantir a retirada das tropas estrangeiras que eles não querem.

A crise económica, social e política faz destapar o que vai na mente recalcada de muita gente, assumindo cada vez mais publicamente ideias racistas e nazi-fascistas, glorificando Salazar e a Pide, insultando os Judeus e quem os defendeu, como fez um novo dirigente do CDS. No seguimento de uma grande campanha executada por papagaios de serviço que se identificam como comentadores na comunicação dita social, contra uma deputada de origem africana, um deputado faz declarações que são repudiadas mas que têm eco na dita comunicação. O jornal I, em dois dias seguidos, ocupa as primeiras páginas de duas edições seguidas com uma grande fotografia do dito deputado. E logo a seguir é o jornal Publico que também publica uma grande fotografia do dito deputado. Nestes dias só existiram dois deputados na Assembleia da República. Analisar o Orçamento do Estado em discussão é secundário, não tem interesse.

A ideologia dominante tem armas poderosas ao seu serviço mas os ventos da história conseguem enfrentá-las e derrotá-las.

NO CORRER DOS DIAS

Marques da Silva

                                          (*)


Os meus dias atravessam agora o deserto, aparentemente sem rumo. Divido-me entre Palmira e Persépolis, atravessando os vales do Tigres e Eufrates. Não cheguei a tempo da destruição da antiga cidade semita. A Besta, com o poder discricionário das armas, destruiu os seus símbolos maiores no meio de um gáudio que nos deixou nesse drama da impotência. O que resistiu a séculos de passagem humana, tombava então às mãos da imundície do mundo. Nem os acordes da orquestra russa que nos fez chorar entre as pedras do anfiteatro, apagaram o sentimento de pesar. A Tadmur do deserto sírio, a cidade rodeada de tamareiras e das mil caravanas, exauria de dor perante a orgia de violência dos criadores do inferno. Quando acreditávamos ter visto tudo, a Besta voltou, veste-se de cores diferentes, mas é a mesma, ameaçando Persépolis a cidade de Dario que os oficiais de Alexandre incendiaram numa noite de bebedeira. Voltam a correr as lágrimas que não choramos e perdido entre o Oeste e o Leste, escuto o canto triste e dramático da humanidade, no seu clamor a Deus, atravessando estas areias por onde passava a rota que do Oriente trazia as especiarias. Fazes-me falta nestes tempos para apaziguar esta dor infinita na quietude do teu rosto, para escutar este meu lamento, esta agonia de pensar que o mundo que amamos está à beira do abismo. O império afunda-se e faz questão de nos levar a todos com ele. As palavras já não chegam, o nosso pranto esgota-se numa mágoa que magoa o peito. Olhamos em redor e constatamos que já não é apenas a cabeça da Besta que nos atropela. Em redor da mesma, pulsam uma quantidade assustadora de dementes, mentes loucas e agressivas em regime de céu aberto e com uma multidão aterradora de apoiantes: Victor Orban, Duterte, Bolsonaro, Duda, Jeannine, Ivan Duque e toda uma galeria de gente maldosa, violenta, depravada nas suas acções políticas. O mundo estremece no horror desta caçada que se estende pelo planeta, sustentada por guardas pretorianas cegas e com o dedo no gatilho. Amontoam-se os mortos e sentimos sempre essa debilidade da derrota, essa vontade de os expulsar para uma órbita longínqua. A bússola gira desordenada. E assim vão perecendo, os nossos valores, os nossos sonhos, a nossa procura da perfeição, do registo humano que demanda na evolução criativa o rumo para a humanidade. O vento deixou de soprar sobre o deserto sumério. Bagdad e Damasco estão cercadas pelo ódio da Besta. Só, no deserto, só te tenho a ti e a este canto, lacrimoso, comovente e pungente. Até quando resistirá este pranto?

No correr dos dias:

02 de Janeiro. Existe uma diferença entre o genocida violento, Adolf Hitler e o idiota vaidoso, Donald Trump. O primeiro, pôde incendiar a Europa, o segundo, pode destruir o mundo.

03 de Janeiro. Bill Clinton, na década de 90, para distrair as atenções dos cidadãos dos seus problemas sexuais, disparou uma saraivada de mísseis sobre uma fábrica de medicamentos no Sudão e sobre objectivos que nem ele sabia bem quais eram no Afeganistão. Donald Trump ao chegar à presidência, baseado num relatório fraudulento da OPAQ, despejou cem mísseis sobre a Síria, acompanhado de Macron – tão amigos que eles eram! – e da subserviente Inglaterra. Ontem, Donald Trump, para fortalecer a sua campanha eleitoral, com três mísseis, assassinou o mais importante general do Irão e o comandante das milícias xiitas do Iraque. Os presidentes dos EUA afinal não passam de rocket men. Como ninguém acredita que estes assassínios ficarão sem resposta, esperemos que a imensa estupidez de Trump não tenha aberto a porta do inferno.

6 de Janeiro. Donald Trump ameaça destruir por bombardeio lugares culturais do Irão, património da humanidade e o mundo aceita essa vontade, sem um clamor, sem um protesto. A vontade do império parece prevalecer, até na Europa que se queria culta e com história.

As sanções de Donald Trump só produzem efeito pelo simples facto de aqueles que se arvoram de líderes, terem sequestrado os respectivos Estados aos seus interesses espúrios. Só assim se explica que 330 milhões de pessoas possam ter como reféns os restantes 7 mil milhões de seres humanos.

8 de Janeiro. Donald Trump diz: «temos o exército mais poderoso do mundo, temos novos mísseis hipersónicos, podemos atingir quem quisermos e quando o quisermos, mas não o vamos fazer». Tenho dúvida que saiba sequer o que é um míssil hipersónico. É apenas um miúdo numa loja de brinquedos, o qual, como já vimos, rapidamente se pode transformar num canalha.

9 de Janeiro. O Parlamento iraquiano decide expulsar todas as tropas estrangeiras do seu território. O governo, dá seguimento a essa decisão e notifica o governo dos EUA para apresentar um plano de retirada das suas forças armadas. Donald Trump democraticamente declarou: «não saímos». No dia seguinte, sustentou a recusa com este argumento decisivo: «construímos lá uma base aérea onde gastamos biliões de dólares. Se retirarmos, terão de pagar. Temos uma conta deles e vamos utilizá-la». Aquando da invasão ilegal do Iraque, os EUA abriram uma conta num banco estado-unidense para onde passaram a canalizar todas as receitas do petróleo iraquiano. É dinheiro do governo e do povo iraquianos, mas onde os EUA se abastecem. É a democracia capitalista em todo o seu esplendor.

11 de Janeiro. O Irão reconheceu que por um erro lamentável, um dos seus mísseis defensivos abateu um avião de passageiros, ucraniano. É um reconhecimento tardio de uma nação acossada, pois a natureza dos destroços do avião não deixava pensar noutra coisa. As acções incendiárias do cartel de Washington já fizeram mais de 170 vítimas. Fica uma interrogação: numa noite com os nervos à flor da pele porque não fecharam os corredores aéreos?

12 de Janeiro. Em entrevista à revista História editada pelo JN, a historiadora, Maria de Fátima Bonifácio, debitou esta ideia extraordinária: «Se num regime de concorrência aberta e lícita [!!!] aparecem bilionários, tanto melhor, pois dão emprego a muita gente.» No Verão passado, no jornal Público, esta mesma historiadora escrevia que ciganos e negros não "partilham, de um modo geral, as mesmas crenças religiosas e os mesmos valores morais". Antes escreveu que deviam existir no ensino superior quotas para negros e ciganos.

13 de Janeiro. Clara Ferreira Alves, cujos escritos não frequento, em crónica para a revista do Expresso, deixou gravada esta pérola: “Qualquer leitor de História sabe que os persas andam em guerra há milhares de anos”. Só os persas?, os europeus não? O Império Romano, as  monarquias feudais da Idade Média, do Renascimento, do Absolutismo foram uma espécie de reino dos céus, pacífico, onde se morria de monotonia? Eu que acreditava que as duas guerras mundiais do século XX se tinham iniciado na Europa! A última guerra travada pelos persas ocorreu na década de 80 quando tiveram de defender o país da invasão iraquiana. A última guerra da Europa aconteceu na década de 90, quando a voracidade capitalista destruiu um país, a Jugoslávia, e inventou outro, o Kosovo.

18 de Janeiro. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse que nos momentos que antecederam o abate do avião ucraniano, 6 aviões F35 da Força Aérea dos EUA, voaram sobre a fronteira Sul do Irão. Começa-se a compreender melhor os nervos à flor da pele dos iranianos e as certezas de Donald Trump logo após a tragédia. Que outras surpresas nos trarão o futuro!

(*) https://www.google.pt/maps/@29.9340312,52.894516,3a,75y,271.4h,91.94t/data=!3m8!1e1!3m6!1sAF1QipOlHJPdC8VBKVTxRok6mqLZbh1c0urckXzZi1Rl!2e10!3e11!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.com%2Fp%2FAF1QipOlHJPdC8VBKVTxRok6mqLZbh1c0urckXzZi1Rl%3Dw203-h100-k-no-pi-0-ya194.44926-ro0-fo100!7i8704!8i4352?hl=pt-PT
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