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01/02/20

CRÓNICA

Manuel Joaquim

Resultado de imagem para livro estes dias tumultuosos


Os tempos que vivemos fez-me recordar um livro publicado pela editora Livros do Brasil, Edições dois Mundos, em 1946, com o título em português “Estes Dias Tumultuosos”, de Pierre Van Paassen, que trata, do ponto de vista histórico, os fins do século XIX até aos tempos da 2ª Guerra Mundial e a intervenção no médio oriente e colónias, referindo as felicitações de Pio XII a Pétain, a quem o papa chamou “o mais lídimo representante das nobres tradições da sua raça”, poucos dias depois de jazer a república por terra e de ter decretado o marechal a morte da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, por ordem de Hitler, Mussolini e Franco. Foi o fascismo em toda a sua plenitude.

Putin, no discurso que fez nas comemorações dos 75 anos da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz pelo Exército Soviético, referiu-se a políticos da época com gravíssimas responsabilidades em todos os acontecimentos da 2ª guerra mundial. O que é dito acima, escrito há mais de 70 anos, confirma o que Putin disse. A comunicação social passou um pano sobre as suas palavras. Mas o nazi-fascismo alemão foi derrotado.

O Médio Oriente, África e Ásia, estão a sofrer guerras para a rapina das suas riquezas. Em 16 de Março de 2003, Bush, Blair, Aznar e Durão Barroso, reunidos nos Açores, decidiram invadir o Iraque quatro dias depois. 17 anos de destruição e morte. Contrariamente ao que pensavam, não tem sido fácil. Há 88 anos os britânicos foram corridos pelos iraquianos. Agora vão ser os americanos e seus aliados, incluindo os portugueses, a serem corridos. Os iraquianos estão a formar comités para garantir a retirada das tropas estrangeiras que eles não querem.

A crise económica, social e política faz destapar o que vai na mente recalcada de muita gente, assumindo cada vez mais publicamente ideias racistas e nazi-fascistas, glorificando Salazar e a Pide, insultando os Judeus e quem os defendeu, como fez um novo dirigente do CDS. No seguimento de uma grande campanha executada por papagaios de serviço que se identificam como comentadores na comunicação dita social, contra uma deputada de origem africana, um deputado faz declarações que são repudiadas mas que têm eco na dita comunicação. O jornal I, em dois dias seguidos, ocupa as primeiras páginas de duas edições seguidas com uma grande fotografia do dito deputado. E logo a seguir é o jornal Publico que também publica uma grande fotografia do dito deputado. Nestes dias só existiram dois deputados na Assembleia da República. Analisar o Orçamento do Estado em discussão é secundário, não tem interesse.

A ideologia dominante tem armas poderosas ao seu serviço mas os ventos da história conseguem enfrentá-las e derrotá-las.

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