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01/01/20

AS ELEIÇÕES INGLESAS

Manuel Joaquim

Resultado de imagem para eleiçoes do brexit

No Reino Unido realizaram-se eleições antecipadas no passado dia 12 de Dezembro, quinta-feira, dia de semana, dia normal de trabalho. 

A comunicação social apresentou-nos os resultados como um “sismo conservador”, “resultados arrasadores”, “pior resultado do Labour em 84 anos”, “ O Brexit no forno”, etc.

Quem leu ou ouviu as notícias ficou completamente atónito com os resultados eleitorais, pensando que os conservadores dominam completamente a vida política e social no Reino Unido.

A campanha enfurecida desencadeada contra o Partido Trabalhista e, principalmente, contra o seu dirigente Jeremy Corbyn, por defender claramente uma política de nacionalizações, desde a água, a electricidade, o gás, os caminhos-de-ferro, campanha essa apoiada dentro do próprio Partido Trabalhista, liderada por um dos responsáveis pelo início da guerra no Iraque, pretendia e pretende isolar ideias que questionam o poder dominante. 

O programa eleitoral defendido por Corbyn respondia a intenções da maioria dos eleitores ingleses, manifestadas em sucessivas sondagens, pela degradação e prejuízos causados nas populações com a privatização desses sectores. 

A hesitação do Partido Trabalhista em decidir sobre o Brexit, que contrariamente ao que nos tentaram impingir de que o resultado do referendo tinha sido um erro porque as pessoas enganaram-se, veio prejudicar a sua votação. Os trabalhadores industriais, com fábricas a fechar e situações de desemprego a alastrar, as populações do interior com as condições de vida a piorar, defendiam o Brexit. A campanha eleitoral foi dominada pelo Brexit e não pelas condições de vida. Os senhores da União Europeia aperceberam-se da situação e se inicialmente não negociavam mais, vieram dar o dito pelo não dito e passaram a negociar e dar novos prazos, evitando a discussão dos problemas internos. Um olhar atento permite observar a existência de grandes lutas políticas a todos os níveis. 

Votar a um dia de trabalho não é a mesma coisa que votar em dia feriado ou ao domingo. Cada um dos 650 distritos eleitorais elege um parlamentar, que é do partido mais votado. Todos os restantes votos, mesmo que tenha menos um voto, vão para o lixo. Se existisse método proporcional, condições democráticas iguais às nossas, o Partido Conservador não teria maioria absoluta. É importante dizer, por não ser claramente referido, que o Partido Brexit desistiu em 317 círculos eleitorais a favor do Partido Conservador. 

Mas vamos aos resultados apurados. 

Número de eleitores 48,9 milhões

Partido Conservador – 13 966 565 votos – 43,63% - 365 lugares

Partido Trabalhista – 10 269 076 votos – 32,16% - 203 lugares

Partido Nacional Escocês – 1 242 372 votos - 3,88% - 48 lugares

Liberal Democratas – 3 696 423 votos – 11,55% - 11 lugares

Partido Verde – 865 69 votos – 2,7% - 1 lugar

Partido Brexit – 642 323 votos – 0 lugar

Outros partidos 

O Partido Conservador subiu 1,2% comparativamente aos resultados de 2017, o que não corresponde ao que nos pretendem fazer acreditar. 

Naturalmente que a luta política vai aquecer pois os problemas agravam-se continuamente e o Partido Conservador que governa a Inglaterra desde 2010 não tem as soluções na manga.

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