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01/10/19

A ECONOMIA DA CARNE

Manuel Joaquim
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Com a grande polémica que se instalou recentemente sobre a decisão da Universidade de Coimbra proibir nas suas cantinas o consumo de carne de vaca, veio-me ao pensamento o que Friedrich Engels escreveu na sua obra, A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, sobre os efeitos no seu desenvolvimento físico e intelectual, do Homem passar a incluir na sua alimentação a carne. Provavelmente seríamos uma civilização muito diferente.

Sabemos que o consumo de carne sem regras não é saudável. Mas a sua total eliminação da alimentação humana também não será muito saudável. São discussões, de carácter científico, muito antigas e permanentes, sem fim à vista. 

Sabemos que a nossa civilização está assente na produção de animais destinados à alimentação e ao trabalho, não falando já nos animais ditos de companhia.

Gerações de famílias sobreviveram durante longos anos e continuam a sobreviver, com a criação de animais, destinados à sua própria alimentação e para a sua economia doméstica, obtendo rendimentos. Leite, cabritos, bois, vacas, vitelas, cavalos, ovos, galinhas, galos, coelhos, que pequenos produtores vendem, a maior parte das vezes para alimentar a família e educar filhos e netos. 

O abandono desse tipo de economia é provocar o abandono de grande parte do território, a destruição do que ainda resta para habitar. Um Amigo meu referiu-me, por conhecimento de causa, que quem trata dos lameiros, onde existe pasto natural, são os pastores e os guardadores de gado. Se não fossem eles as terras estariam ao abandono e sujeitos aos incêndios destruidores.

Sobre este assunto, não produzir animais, alguém, que visitou os Açores há pouco tempo, referiu que, por esse caminho, as ilhas do arquipélago, tinham de ser todas abandonadas. Toda a sua economia assenta na produção de carne, de leite, de manteiga e queijo.

A Universidade de Coimbra devia fazer pedagogia sobre alimentação saudável, ensinar a população a alimentar-se, fazer jus à dieta mediterrânea. Denunciar o que acontece nos viveiros da sua vizinhança, na produção de frangos. Muitos são lançados no mercado da alimentação humana com 8-10 dias de vida, cheios de produtos químicos. Denunciar o que acontece com a produção de ovos, cujas gemas obtêm cor pela introdução de produtos químicos na alimentação das galinhas. Denunciar a produção intensiva de animais que contribui decisivamente para muitas doenças humanas. Denunciar a poluição produzida pelos navios de cruzeiro que muito alegremente visitam o nosso país, pelos aviões das companhias de low-cost que permanentemente estão no nosso espaço aéreo.

 Podia, ainda, denunciar vigorosamente o que mais contribui para destruição das nossas vidas e do próprio planeta, que é a guerra.




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