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01/10/18

MANUEL GUSMÃO

manuel joaquim





Sendo um dos mais importantes poetas contemporâneos portugueses, Manuel Gusmão, que começou a publicar em 1990, desde logo, chamou a atenção da critica e dos estudiosos. Rimbaud, Éluard, Carlos Oliveira, Ramos Rosa, Brecht, Mayakovsky, Carlos Drumond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Neruda, Jorge e Nicolas Guillén, Aragon,Yiannis Ritsos, Hikmet, Herberto Helder e muitos outros são referenciais na sua obra. Ao longo do tempo tem recebido prémios da poesia e ensaios publicados.

Publicou recentemente “A Foz em Delta” , um livro de poesia que merece ser lido, por ser um registo auto-biográfico. 
Um dos poemas do livro



“ELOGIO DA TERCEIRA COISA

Entre mim e ti há a terceira coisa
aquela que nos põe ao alcance da mão
os nomes todos das coisas e as coisas sem nome
quando a multidão sagrada dos pronomes pessoais nos
permitir dizer nós contra o tempo e o vento
Nós que aos cinco sentidos acrescentamos os outros
Nós a sensibilidade que imagina o comum
quando uma multidão deixa de ser
um rebanho de escravos para começar a ser
uma assembleia de humanos livres
de pé no chão da terra discutimos o que fazer
pelas mãos em concha bebíamos a água
onde a luz do sol cintila irisando-a
Nós que para além de ti e de mim somos
A terceira coisa : a promessa sem garantias
a invenção do incomum que partilha o comum
o comunismo que vem connosco
e para além de nós recomeça.

Manuel Gusmão “

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