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01/05/21

LINHAS VERMELHAS

Manuel Joaquim 



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No passado dia 20 de Abril, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett/Auditório, da Câmara Municipal do Porto, comemorou-se o 45º Aniversário da Constituição da República Portuguesa, por iniciativa de várias personalidades e instituições representativas de movimentos sociais, políticos, sindicais e culturais, aprovada em 2 de Abril de 1976 e em vigor desde 25 de Abril de 1976.

Apesar de ter sofrido diversas alterações (sete), continua a marcar os valores conquistados com o 25 de Abril de 1974, designadamente, direitos e deveres, organização económica, organização do poder político, estabelecendo no seu Artigo 7º, que Portugal rege-se pelos princípios do respeito dos direitos do homem, dos direitos do povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos, pela abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, pelo desarmamento geral e pela dissolução dos blocos político-militares.

Apesar do Presidente da República ter sido eleito para cumprir e fazer cumprir a Constituição, continua a verificar-se que a prática política não corresponde aos compromissos assumidos.

É uma vergonha para o Partido Socialista as posições políticas que o seu ministro SS assume perante situações internacionais. É de um seguidismo canino perante o novo patrão americano, o que já acontecia com o anterior patrão, defendendo caminhos políticos na EU que podem levar ao precipício, isto é, à guerra. Não pode ser esquecido o envio para a Venezuela de militares armados para apoiar um golpe de estado que estava em marcha. Continua a ignorar as posições da ONU sobre a Palestina e o Sahara.

Outro ministro, JGC, vem fazer declarações públicas de que a Rússia é um perigo, inimiga da Europa, feito papagaio da campanha internacional em curso, atirando a Ucrânia para a frente de guerra, fazendo-se parvo perante as negociações entretanto efectuadas entre Ângela Merkel, Emmanuel Macron e Vladimir Putin e os USA terem recuado no envio de barcos de guerra para o Mar Negro.

As tentativas que já não são só de hoje, de evitar a entrada ao serviço do gasoduto Nord Stream 2, que vai ligar a Rússia a Alemanha é a questão central, que os americanos não querem porque lhes retira a venda do seu petróleo de xisto. As sanções e ameaças dos USA às empresas que trabalham no gasoduto são tremendas, o que já levou algumas a abandonar os trabalhos. Mas a Alemanha tem estado firme nas suas decisões, (provavelmente por Merkel ter nascido no dia 17 de Julho) e o gasoduto estará pronto em breves semanas. Os americanos não querem que os europeus, especialmente a Alemanha, comprem gás e petróleo à Rússia, mas eles compram grandes quantidades de petróleo à Rússia.

A maior parte dos que comem à mesa do orçamento da EU são servis seguidores dos interesses americanos. E alguns portugueses estão nessa linha. Um deles, que rejeitou ser candidato à CMP por motivos óbvios, com familiares ligados à Igreja Católica, nem sequer ouviu as palavras lúcidas do Papa a pedir Paz para a Ucrânia e para a Europa, escreveu num jornal, que é a “voz do dono”, que se deveria enfrentar a Rússia. Desgraçado, a fazer a apologia da guerra.

Mas a russofobia continua. Para já, na guerra de embaixadas e sanções. Parece que voltamos ao tempo da Lei de Talião. Mas não voltamos, porque a situação é muito perigosa e vai depender da lucidez dos diversos intervenientes. Como agora se diz, há linhas vermelhas que não devem ser calcadas, quanto mais ultrapassadas.

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