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01/12/18

PELA PAZ

Manuel Joaquim



A necessidade de se trabalhar para a construção de um mundo melhor, sem miséria, sem fome, com mais e melhores empregos, com mais educação, mais saúde, o que, ao fim e ao cabo, Sérgio Godinho sintetiza numa canção sua, obriga-nos a ter presente os problemas da Paz, pois, sem ela, tudo o que sonhamos vai por água abaixo, com muita dor e sofrimento. 

Existem pessoas que pensam que a civilização após uma guerra nuclear voltaria a uma situação idêntica à que existia na Idade Média. Nada mais falso. As imagens das cidades do Japão que foram bombardeadas na segunda guerra mundial e das cidades da Síria, do Iraque e do Afeganistão que estão neste momento em guerra, demonstram que as pessoas, só por si, não têm meios de sobrevivência. A Idade Média foi um período de reconversão e de reorganização da sociedade, onde se deu o desenvolvimento do ensino e criação das universidades, das artes e ofícios, avanços acentuados nas ciências e nas técnicas, o renascimento.
Uma guerra entre as grandes potências pode ser o fim da nossa civilização. Normalmente as guerras começam quando estão em causa poderes que são liderados por cabeças perturbadas.

As arrogâncias que observamos em alguns líderes, os gastos em armamentos, suficientes para acabar com a fome em todo o mundo, obriga-nos a meditar.

No passado dia 20 de Outubro, realizou-se o Encontro pela Paz, no Pavilhão Paz e Amizade, na cidade de Loures, com a presença de mais de 700 pessoas, representantes dos vários núcleos existentes no país do Conselho Português para a Paz e Cooperação, das Câmaras Municipais de Évora, de Gaia, de Montemor-o-Novo, de Palmela, do Porto, do Seixal, de Soure, Movimento Municípios pela Paz, diversas Juntas de freguesia, diversas organizações sindicais, diversas colectividades, associações de estudantes do ensino secundário e superior, Juventude Operária Católica, Liga Operária Católica, Movimento de Trabalhadores Cristãos, Pastoral Operária, URAP, Associação Nacional dos Sargentos, Liga Portuguesa dos Direitos Humanos-Civitas, Movimento Erradicar a Pobreza, Organização dos Trabalhadores Científicos e muitas outras instituições. 

As intervenções, todas elas exprimindo uma grande sensibilidade para as questões da vida das pessoas e para a necessidade de abrir caminhos para a Paz através da solidariedade e cooperação entre os povos, da defesa do desarmamento, foram muito bem recebidas. Duas intervenções registei com particular atenção: A do padre católico local e do jovem representante da Frente Democrática Brasileira de Lisboa. 

Foi uma grande iniciativa mas como já sabemos a comunicação dita social não noticiou.

No final do Encontro a Presidente da Juventude Católica Portuguesa, apresentou o seguinte documento que foi muito aplaudido por todos os presentes.

Apelo à defesa da PAZ

No encerramento deste Encontro pela Paz, que consideramos de grande oportunidade e importância, e em nome das organizações que o promoveram, saudamos todos quantos participaram e contribuíram para a sua realização e afirmamos o nosso empenho para que prossiga e se alargue ainda mais a convergência de vontades e a acção em defesa da paz, considerando-a essencial à vida humana e uma condição indispensável para a liberdade, a soberania, a democracia, o progresso social, o bem-estar dos povos – para a construção de um mundo melhor para toda a Humanidade.

Reconhecendo que a defesa do espírito e dos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional é base fundamental para o fim do militarismo, da corrida aos armamentos e da guerra, assim como para defender e promover a paz e o desenvolvimento de relações mais justas e equitativas entre os povos de todo o mundo, afirmamos o nosso empenho e apelo à promoção de uma cultura de paz e de solidariedade entre os povos, dando particular atenção aos povos vítimas de ingerência, de agressão e de opressão, incluindo os refugiados, e desenvolvendo uma acção de incentivo à paz e à cooperação em alternativa à guerra e à rivalidade nas relações internacionais.

Considerando da maior importância a educação para a paz, nomeadamente junto das novas gerações, em prol dos valores da paz, da amizade, da solidariedade, da cooperação, da dignidade e da equidade – valores que devem caracterizar as relações entre os Estados e entre os povos –, afirmamos o nosso empenho e apelo a que se promovam iniciativas neste âmbito, designadamente, com escolas, associações e autarquias, nomeadamente em torno do Dia Internacional da Paz (21 de Setembro) e dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Conscientes da premência do fim das armas de extermínio em massa, nomeadamente de todas armas nucleares, afirmamos o nosso empenho e apelo a que se promovam iniciativas públicas que não esqueçam os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui e o Dia Internacional para a Abolição Total das Armas Nucleares (26 de Setembro) e pugnem pela assinatura e ratificação por Portugal do Tratado de Proibição das Armas Nucleares.

Recordando que em 25 de Abril de 2019 se comemoram os 45 anos da Revolução de Abril, que acabou com 48 anos de fascismo e 13 anos de guerra colonial, e que consagrou na Constituição da República Portuguesa importantes princípios de relações internacionais para Portugal e o povo português – como a independência nacional e a igualdade entre os Estados, o respeito dos direitos humanos, dos direitos dos povos, a solução pacífica dos conflitos internacionais, o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares ou a criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos – afirmamos o nosso empenho e apelo a que se promovam as suas comemorações.

Conscientes de que a paz é um direito fundamental da Humanidade, sem o qual nenhum outro estará garantido, e alertando para os perigos que a ameaçam, consideramos que este Encontro pela Paz foi um passo importante para o movimento da paz no nosso País e afirmamos a vontade de continuar a unir esforços em Portugal na defesa da paz no mundo, assumindo o compromisso de realizar um novo Encontro pela Paz, pois, pela paz, todos não somos demais!

Encontro pela Paz, Loures, 20 de Outubro de 2018

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