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02/07/16

UM TWITTER


antónio mesquita

www.tecmundo.com.br


"A estrada da Beira e a beira da estrada não são a mesma coisa, pois não? Pois... Eu também não apelei à emigração!". Foi desta forma que António Costa negou, via Twitter, que tenha incentivado à emigração de professores portugueses para França. Em conjunto com o tweet, foi publicada a transcrição da conversa com os jornalistas, que acendeu a polémica."
(Público 14/6/16)

Dizem que António Costa é um político muito hábil e que aqueles que se deixam enganar pela sua aparente bonomia 'tomam a nuvem por Juno'.

Não falemos de como ele 'descobriu o ovo de Colombo', jogando o tripé do governo contra a incredulidade dos que não enxergavam para além do 'arco de governação'.

Agora chega-nos, via Twitter, que é uma espécie de recreio em que os políticos podem fugir ao estilo oficial e dar um ar da sua graça, a resposta do Primeiro-Ministro ao 'veneno' de Passos. O meio utilizado desvaloriza a crítica do adversário e, assim, entre chilreios (ou twitters), se passa à ordem do dia e aos assuntos realmente sérios. Fazia falta este modo de 'dar bicadas' sem consequências 'diplomáticas'. É inimaginável que se entre em guerra por um twitter. Como sabemos, o ridículo acaba com qualquer carreira.

Mas eu admiro na analogia de Costa com a 'beira da estrada e a estrada da Beira' um domínio das 'nuances' da linguagem e um subtil entendimento da imaginação colectiva. É que o dito exemplo das estradas dá para todo o quiproquo. Sugere, sem parecer que o faz, a ideia de que se pode desmentir tudo na base de um trocadilho.

E, com isto, reconheço que os dois políticos falaram de âmbitos diferentes, mas sempre de emigração. Passos referiu-se à oportunidade geral e Costa à especial e num contexto que, de certo modo, o justifica.

Mas para quê tantas palavras? Os twitteiros, por outro lado, sabem que têm de ser breves.


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