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01/06/13

REAPARIÇÃO DE EME

Mário Martins
"Pre-determination and Pleasure" (Carl Jung)


Como o outro, Eme tem andado por aí. Com a pele e o pensamento mais coçados pelas esquinas do tempo, é certo. E cercado de crise por todos os lados, quer dizer, pelo lado real, pelo lado psicológico, e pelo lado virtual, ou não vivêssemos na sociedade (do poderoso negócio) da informação. No entanto, o problema, chamemos-lhe assim, com que Eme, em tempos, se apresentou, não deixou de oinquietar. Eme considera-se um dois em um, ou seja, que é, ao mesmo tempo, um Si (ou um Id) independente da sua vontade, e um Eu. E, como é típico da intuição e do pensamento humanos, acha que o que ele é também os restantes seres humanos são. E não sou eu, humano que sou, que o vou agora desdizer. Mas Eme vai mais longe. Defende que, representando Si a condição humana (para não falar, neste contexto, da condição de tudo o que existe), e Eu a vontade própria ou o livre-arbítrio, faça Eu o que fizer, estará sempre determinado por Si. Não me entendam mal, Eme não nega o livre-arbítrio, apenas sustenta que este é determinado ou é próprio da condição humana. Daqui retira Eme que tanto os actos ou omissões bons como os actos ou omissões maus (não vamos agora tratar do seu carácter relativo), característicos do livre-arbítrio humano, são, em última análise, determinados pela natureza humana. É certo que é possível objectar que Eu pode acabar com Eme, isto é, que seja da vontade desteacabar com o dois em um que é (posso desde já adiantar que isso não está, de modo nenhum, nos planos dele…),mas Eme não desarma e replica que mesmo a liberdade de se auto-destruir está pré-determinada. Confesso que já não sei o que mais objectar a Eme…
PS: Eme é tratada no texto como uma personagem masculina, mas pode ser feminina…

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