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01/03/23

SOBRE A MAÇONARIA

Manuel Joaquim

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De vez em quando somos confrontados na comunicação social com assuntos que despertam a nossa atenção pelo imaginário resultante dos comentários que os envolvem.

O tráfico de seres humanos, as redes de prostituição, a pedofilia, os assaltos a residências em pleno dia, a corrupção, o futebol e tudo a que está ligado, são assuntos que enchem páginas de jornais e tempos das rádios e televisões.

Violações de crianças e de jovens por pessoas com responsabilidades na igreja católica, as atrocidades cometidas pela inquisição, declarações políticas muito vivas sobre a denúncia de organizações ditas secretas e as tentativas de obrigar os políticos a declararem se são membros desse tipo de organizações, são assuntos que desaparecem rapidamente da comunicação social para levar ao esquecimento e passar a ser um não assunto.

Não vai muito tempo deparámos com um alto dirigente político a denunciar a maçonaria por alguns dos seus membros estarem a influenciar decisões políticas, a beneficiar personalidades e instituições, a pôr em causa determinados interesses.

Este tema desapareceu em virtude do tal dirigente ter deixado de ser dirigente e ter sido substituído por um companheiro que provavelmente é mesmo da maçonaria. Quando aquele protestou foi por sentir que ia ser corrido do lugar que ocupava, omitindo que quando foi lá colocado foi por influência da própria maçonaria.

Certa vez, há muitos anos, perguntei ao Professor Armando de Castro o que era a maçonaria. Respondeu-me, esclarecendo sobre as várias orientações existentes, mas que, no fundamental, eram organizações da burguesia para servir os seus interesses.

O Dr. António Arnault, que publicou a legislação que criou o Serviço Nacional de Saúde, foi Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, chegou a comentar publicamente sobre o mau comportamento de determinados irmãos, defendendo a sua expulsão da instituição, considerando que muitos aderiam para benefício próprio.

Estes assuntos são periodicamente usados para manipulação da opinião pública, que é vítima de toda uma política agressiva que vem do tempo do fascismo contra instituições que lutavam pelos direitos humanos, pela liberdade, pela democracia, naturalmente contra determinados partidos políticos e instituições, designadamente organizações maçónicas que, em determinados momentos históricos, contribuíram para o progresso da civilização.

O Grémio Lusitano, editou em 1928 uma folhinha com os “Princípios e Preceitos Maçónicos”, que diz:

Ama a Humanidade

Escuta a voz da natureza que te brada: todos os homens são iguais: todos constituem uma única família.

Tem sempre presente que não só és responsável pelo mal que fizeres, mas pelo bem que deixastes de fazer.

Faze o bem pelo amor do próprio bem.
O verdadeiro culto consiste nos bons costumes e na prática das virtudes.

Escuta sempre a voz da consciência: é o teu juiz.

Trata de te conhecer: corrige os teus defeitos e vence as tuas paixões.

Nos teus actos mais secretos supõe sempre que tens todo o mundo por testemunha.

Ama os bons, anima os fracos, foge dos maus, mas não odeies ninguém.

Fala sobriamente com os superiores, prudentemente com os iguais, abertamente com os amigos, benevolamente com os inferiores, leal e sinceramente com todos.

Dize a verdade, pratica a justiça, procede com rectidão.

Não lisonjeis nunca: é uma traição; se alguém te lisonjear toma cuidado não te corrompa.

Não julgues ao de leve as acções dos outros; louva pouco e censura ainda menos; lembra-te de que bem julgar os homens é preciso sondar as consciências e perscrutar as intenções.
Se alguém tiver necessidade socorre-o; se se desviar da virtude, chama-o a ela; se vacilar, ampara-o; se cair, levanta-o.

Respeita o viajante; auxilia-o; a sua pessoa é sagrada para ti.

Foge a contendas, evita os insultos, obedece sempre à razão esclarecida pela ciência.

Lê, aproveita, vê e imita o que é bom, reflete e trabalha; faze quanto possas para o aperfeiçoamento da organização social, e assim, contribuirás para o bem colectivo.

Sê progressivo; estuda a ciência porque ela te conduzirá à verdade que tens por dever procurar.

Não te envergonhes de confessar os teus erros; provarás assim que és hoje mais sensato do que eras ontem e que desejas aperfeiçoar-te.

Moraliza pelo exemplo; sê obsequioso; tolera todas as crenças e todos os cultos, mas tem por dever lutar contra superstição, o fanatismo e a reacção, como os mais resistentes obstáculos ao progresso humano.

Educa e ensina; esclarece os outros com o teu conselho, inspirado pela circunspecção e pela benevolência.

Regozija-te com a justiça; insurge-te contra a iniquidade; sofre os azares da sorte, mas luta contra eles no intuito de os vencer.

Procede sempre de forma que a razão fique do teu lado.

Respeita a mulher; não abuses nunca da sua fraqueza; defende a sua inocência e a sua honra.

Ama a Pátria e a Liberdade; sê bom cidadão, bom marido, bom pai, bom filho, bom irmão e bom amigo.

Quando fores pai alegra-te, mas compreende a importância da tua missão. Sê um protector fiel do teu filho; faze que até aos dez anos te obedeça, até aos vinte te ame, e até à morte te respeite. Até aos dez anos sê seu mestre, até aos vinte seu pai e até à morte seu amigo. Ensina-lhe bons princípios de preferência a belas maneiras; que te deva uma rectidão esclarecida e não uma frívola elegância; fá-lo um homem honesto de preferência a um homem astuto.

DA MAÇONARIA E SEUS PRINCÍPIOS

A Maçonaria é uma instituição universal, essencialmente filantrópica, filosófica e progressiva; tem por fim procurar a verdade, o estudo da moral e a pratica da solidariedade, e trabalha para o bem da Humanidade, contribuindo para o aperfeiçoamento da organização social.

Tem por princípios a tolerância mutua, o respeito dos outros e de si mesmo e a liberdade absoluta de consciência .

Considera as concepções metafísicas como sendo do domínio exclusivo da apreciação individual dos seus membros, e por isso se recusa a toda a afirmação dogmática.

Considera o trabalho como um dos deveres primordiais do homem, honrando igualmente o trabalho manual e o intelectual.

Tem por dever espalhar por todos os membros da Humanidade os laços fraternais que unem os maçons sobre toda a superfície da Terra, os quais se devem auxiliar, esclarecer e proteger, mesmo com risco da própria vida.

Recomenda aos seus adeptos a propaganda pelo exemplo, pela palavra e pela escrita, a fim de que o direito prevaleça sobre os caprichos humanos e sobre a força.

Como timbre, inscreve no seu código fundamental: Justiça – Verdade – Honra – Progresso.

Tem por divisa: Liberdade – Igualdade – Fraternidade.

No seu verdadeiro juízo quem é que pode pôr em causa semelhantes princípios?

Não me parece que pessoas saudáveis possam ir por esse caminho.


3 comentários:

Anónimo disse...

EXCELENTE

Anónimo disse...

Em quase cem anos muita coisa mudou. Os princípios maçónicos enunciados não tinham por detrás a máquina financeira que nos ataca com as suas criações do pós guerra…

Isabel Melo disse...

A teoria Maçónica é uma coisa ( apesar de considerar os princípios teóricos da Maçonaria muito conservadores, a linguagem lembra até algumas ideologias fascistas...) mas a prática é outra.

São forças conservadores que influenciam órgãos públicos e privados, com interesses próprios e colectivos. Como que uma "máfia"especial.
Conheço a má influência de maçons nos sindicatos e noutras instituições, procurando destruí-los por dentro.

Presentemente a Maçonaria é má... talvez no passado tivesse influenciado em aspectos positivos!
Isabel Melo

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