StatCounter

View My Stats

02/01/18

AO FECHAR O ANO DE 2017, ACONTECEU QUE...

Mário Faria




Recebi, do banco um aviso brutal: “a sua conta está bloqueada, por incumprimento da legislação em vigor. Trata-se de um micro investimento que segue o padrão de um pequeno aforrador e de quem o banco tem todos os dados pessoais e, por isso, a obrigação de me conhecer. Não sou perigoso, não lavo dinheiro nem fraldas. Além disso, poderia o Banco ter-me avisado de forma atempada da iminência desse bloqueio para o poder evitar. Os bancos estão descredibilizados. A confiança e proximidade com o gestor-de-contaestá pelas ruas da amargura, salvo raríssimas excepções. Tem toda a razão um amigo, quando diz que só há dois tipos de banqueiros: os incapazes e os capazes de tudo. Mas há mais: a funcionária que assinou o aviso de bloqueio, tinha por baixo o carimbo que a identificava como fazendo parte do “Head of Customer Dialogue” que na linguagem deles, deve querer dizer: a cabeço do cliente primeiro, o diálogo, depois

e depois ...

Vesti-me, com o fato e os sapatos de Domingo para impressionar, e fui ao banco. Pelo caminho, uma senhora idosa, muito baixinha, pediu-me para tocar à campainha que era demasiado alta para ela. Assim fiz. Despedi-me e, por simpatia, disse-lhe que não devia andar sozinha dada a idade. Com brejeira indignação, respondeu-me: “nunca saio para a rua sozinha, levo sempre comigo a minha moca, para-o-que der e vier” e que mostrou piscando o olho. E foi a pensar na moca que entrei no banco. A loja não tinha nada a ver com os antigos santuários onde morava o deus dinheiro. Dirigi-me ao funcionário de serviço e mostrei-lhe o aviso do “bloqueio da minha conta”. Foi ao computador, teclou, frisou o sobrolho, tornou a teclar, tornou a frisar o sobrolho e disse: está tudo em ordem: foi um erro do sistema. Sério, perguntei estupefacto: “mais parece uma desculpa esfarrapada”. Não, não, foi simplesmente um erro informático, lamentável, nada mais, disse o homem. Deixei a loja. Lembrei-ma da moca e dos erros informáticos que sugam todas as culpas. 

e no dia 31, pela manhã …….

Chovia copiosamente. Mas, a loucura que parece ter invadido o espaço natalício não arrefeceu. Saí para comprar as regueifas da ordem, obrigatórias na mesa por estes dias. A confeitaria onde compro habitualmente os moletes, estava a abarrotar e as fornadas tinham-se esgotado, ainda não eram 11 horas. Subi à que se seguia e nessa confeitaria era o fim do mundo. Um calor brutal; apenas consegui uma regueifa, depois de uma luta sem tréguas. “Venha daqui a uns 30 minutos que vai sair uma nova fornada”. Assim fiz: quando lá cheguei era o Texas. Não consegui entrar. Subi pela rua e na “Ribel” encontrei o tesouro. Duas regueifas à maneira sorriram para mim. Missão cumprida. O fim do ano promete. As rabanadas, também. Bom ano para todos.

Sem comentários:

View My Stats