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01/09/16

IBÉRIA

Manuel Joaquim




A comunicação social tem comentado muito pouco sobre a situação política em Espanha.

Será que está a ter um comportamento como um gato escaldado pelas posições que tomou, muitas vezes levianas, sobre os resultados das eleições em Portugal e a formação do actual governo, apoiado pelo PCP, BE e Verdes?

De facto, o PP, de Mariano Rajoy, teve maiorias em dois processos eleitorais, mas maiorias relativas, não conseguindo, por isso, formar governo. Tal como PSD/CDS, Passos Coelho/Paulo Portas, não conseguiram viabilizar o governo que entretanto tinham organizado.

Em Portugal foi possível organizar um governo do PS com apoio parlamentar. Em Espanha, o PSOE ainda não deu o passo necessário para encontrar uma solução de governo alternativo ao  governo do PP. 

A Espanha é o segundo maior país da EU, com mais de 47 milhões de habitantes. Hoje é uma monarquia mas já foi uma república. Sofreu uma guerra civil entre 1936 e 1939, com mais de 500.000 mortos, com consequências devastadoras em todas as famílias, ainda hoje muito presentes.

O PP, de Mariano Rajoy, em 2011, obteve maioria absoluta, com mais de 10.800.000 votos. Entretanto, apareceram novos partidos que conquistaram eleitorado aos partidos tradicionais.

Neste momento, provavelmente, caminha-se para um novo processo eleitoral do qual nada de novo aparecerá. 

A Espanha está a viver um novo período muito conturbado da sua história, onde existem movimentos separatistas muito organizados e muito activos, alguns com fortes influências políticas nas respectivas comunidades autónomas. 

É cada vez mais claro que quem tem o poder não consegue governar e quem contesta o poder não tem ainda condições para o conquistar. Esta contradição vai ter que ser resolvida. O sentido da saída vai ser determinado por muitos factores, entre os quais a capacidade de liderança de todo um processo político. 

Apesar de existirem muitas diferenças entre Portugal e a Espanha, as condições da crise são muito parecidas. Ao longo da história tem havido movimentos de aproximação e de afastamento. O fim do estado espanhol, tal como agora o conhecemos, pela conquista de independência por algumas das comunidades autónomas, naturalmente que terá fortes influências em Portugal. E daí, poderão ser criadas condições para um novo tipo de organização de estados autónomos que pode vir a ser, conforme alguém me sugeriu, a UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA IBÉRIA     



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