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01/07/13

BENDITAS AS IGREJAS

Mário Martins

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Benditas as igrejas, que suspendem o tempo e a impaciência. Não há nada a fazer perante o impulso natural da descoberta. O processo é sempre o mesmo. Primeiro inventamos ou descobrimos as coisas novas, a velocidade aumenta, depois elas formatam (comandam?) as nossas vidas. Foi assim com o automóvel e é assim com o computador. Logo que entramos na cápsula de quatro rodas ficamos cheios de razão, no melhor dos casos tratamos os outros por tu (geralmente não ouvem…), e não suportamos uma fila de trânsito, tenhamos ou não horas a cumprir. Agora a internet, como o maior hipermercado mundial que é, dá-nos o que queremos e o que não queremos no tempo de um clic, mas rouba-nos a paciência e o real. Vociferamos se está lenta, não interessa se em vez de um segundo demore dez se a nós parece uma eternidade. De modo semelhante ao que se passa com o universo, que se expande cada vez mais depressa, os computadores aceleraram a mudança da nossa vida. Realmente vivemos mais tempo mas cada vez mais depressa, por isso é duvidoso que sintamos a diferença relativamente aos nossos antepassados. Se colectivamente não há nada a fazer, é na liberdade individual que podemos encontrar o nosso modo de estar. Benditas as igrejas…

 

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