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31/08/23

GEOESTRATÉGIA

Mário Martins


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“A cooperação na área da defesa será desenvolvida com "todos aqueles que procuram proteger os interesses nacionais e o seu caminho independente de desenvolvimento." (sublinhado meu)
Discurso de Vladimir Putin, na XI Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional.
 15 de Agosto de 2023


Na ordem do dia está a necessidade de formar uma ordem mundial multipolar realmente democrática, baseada nas normas do direito internacional universalmente aceites, sobretudo os princípios da Carta das Nações Unidas, dos quais o essencial é o respeito pela igualdade soberana dos Estados, ou seja, o direito natural e inalienável de cada nação de dispor livremente do seu destino. (sublinhado meu)  

Discurso do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, na mesma Conferência



Um aspecto interessante da invasão da Ucrânia pela Rússia, é a luta aberta pela satisfação de ambições territoriais e por maior influência no mundo, pela via da “continuação da política por outros meios”, frase famosa com que o general prussiano Clausewitz classificou a guerra, relegando para segundo plano (e este é o ponto) a reivindicação de superioridade ideológica que dividiu politicamente o mundo ao meio durante boa parte do século XX. 

Com efeito, se é certo que a China se reclama do socialismo/comunismo, não fazendo, no entanto, alarde disso extramuros, a Rússia navega, convenientemente, em águas ideológicas indefinidas. 

Em países de poder concentrado, com líderes político/militares servidos por conselheiros e órgãos dirigentes da sua confiança, os povos não são para aqui chamados; as eleições que possam ser feitas, de nada valem sem liberdade, porque tudo é feito no “seu interesse”.

Já na democracia liberal americana, apelidada por alguns de “Grande Satã”, cuja ambição de poder mundial se mantém, as eleições periódicas fazem diferença, como se viu no consulado de Trump, e como se espera que aconteça se o mesmo for novamente eleito em 2024, entre outras coisas eventualmente diminuindo ou mesmo acabando com os gastos militares de ajuda à Ucrânia, e reaproximando a América da actual Direcção política russa.

A Rússia invadiu um país soberano, que ela própria reconheceu logo no dia seguinte ao da declaração de independência, já lá vão 32 anos, pelo que as recentes declarações, em epígrafe, do Presidente russo e do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros (o inevitável Lavrov, no cargo há 19 anos), não podem deixar de ser vistas como uma triste ironia.  

1 comentário:

Joao Augusto Nogueira da Silva disse...

Áh Mário, se o sr. Alzheimer não afectasse tanto essa cabeça, começarias por perceber o que aconteceu em 2014 e tudo que se seguiu... Minsk I e II... Março 2022 BIELORUSSIA... TURQUIA... Mas arranjar desculpas para o fascismo, essa era a ultima que esperava de ti... Que o teu passado te perdoe...

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