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01/07/07

A TERRA DEVASTADA


Theodor Roosevelt (1858/1919)

“Temos acumulado riqueza utilizando prodigamente os nossos recursos naturais e temos razões para nos orgulharmos do nosso progresso. Mas chegou o tempo de encararmos seriamente o que acontecerá quando as nossas florestas desaparecerem, quando o carvão, o ferro e o petróleo se extinguirem, quando o solo, cada vez mais empobrecido e sujo, for arrastado para os rios poluindo as suas águas…”.

Tudo isto nada teria de novidade para nós se não se tratasse de palavras pronunciadas por Roosevelt, em 1908, aquando de uma conferência então realizada sobre a conservação dos recursos naturais. Passados todos estes anos, que medidas foram tomadas, que resultados foram obtidos para resolver ou mesmo travar o avanço da destruição sistemática desses recursos?

Nem mesmo a floresta amazónica foi poupada, que recua cada vez mais face ao ataque desenfreado do homem; as praias e o mar são conspurcados pelos resíduos do petróleo, os rios são infestados pelos resíduos industriais e outras porcarias pondo em risco ou até mesmo eliminando todas as suas formas de vida animal e vegetal; os habitantes das grandes cidades são obrigados a respirar o ar envenenado da atmosfera que eles próprios contribuem para poluir.

Pode-se dizer que todos esses problemas, na sua essência, existem desde o aparecimento do homem na Terra. No quadro da história da humanidade, algumas formas de degradação da natureza são bastante antigas pois o homem primitivo dispunha já de um instrumento poderoso em relação ao seu fraco grau de conhecimento técnico: o fogo. As civilizações da Antiguidade clássica devastaram o mundo mediterrânico e os grandes impérios dos dois hemisférios foram derrubados, em parte, na sequência da erosão das suas terras. Mais tarde, as grandes descobertas do séc. XVI causaram destruições e massacres, agravados pelos dos séculos seguintes.

No entanto, na nossa época, a situação atinge uma gravidade sem precedentes pois todos os fenómenos que dizem respeito ao homem, incluindo a explosão demográfica, se desenrolam a uma velocidade e a um ritmo quase incontroláveis.

Por outro lado, o homem enfrenta problemas económicos cada vez mais complexos dos quais o mais evidente é a sub-alimentação crónica de uma parte importante da população.

E no meio deste cenário já de si catastrófico, o homem moderno vai delapidando alegremente recursos não renováveis, combustíveis naturais e minerais, pondo em risco a civilização e até mesmo a sobrevivência da raça humana ao quebrar o velho pacto que o ligava à natureza.

Sem pôr em causa os progressos técnicos e científicos que estão em curso e muito menos preconizar um retorno ao passado, é tempo de nos interrogarmos todos sobre o nosso futuro enquanto habitantes duma Terra que não tem capacidades ilimitadas de absorver e reciclar os venenos que diariamente a obrigamos a ingerir e de resistir a todos os erros ecológicos (*) a que permanentemente é submetida.

Dina La Salete

* A ecologia – ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o meio físico no qual evoluem – ensina-nos que as comunidades biológicas (conjuntos das diversas populações vegetais e animais que vivem num determinado habitat), têm uma vida própria e que funcionam como entidades definidas e regidas por leis que determinam a sua evolução.

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