“O Capitão que chegou a Coronel sem um dia de quartel”.
Foi nestes termos que o General Humberto Delgado se referiu a Santos Costa, um dos mais íntimos colaboradores de Salazar, cuja influência foi determinante, em muitos aspectos, para a ditadura fascista.
O regime fascista vai sendo estudado por alguns bons historiadores, documentos académicos de grande qualidade estão publicados, mas a generalidade das pessoas não têm um conhecimento aprofundado sobre muitos factos e acontecimentos desse período da nossa vida nacional.
O papel desempenhado pelo general Santos Costa é mal conhecido, bem como o papel desempenhado pelo General Júlio Botelho Moniz na tentativa de golpe militar para afastar Salazar do poder, na qual colabora Costa Gomes, que veio a desempenhar um papel de relevo no 25 de Abril de 1974. As dissidências na estrutura militar do regime fascista aconteceram.
Por isso, é interessante tomar conhecimento de um documento anónimo, distribuído nos finais dos anos cinquenta, demonstrativo de que existiam forças capazes de intervir no seio das forças militares e militarizadas e a nível das populações, contribuindo para a sua consciencialização política. Esse documento, com erros, propositados ou não, é a denúncia dessa personagem e do que o regime fascista permitia e alimentava. Os processos de roubos e de corrupção que actualmente estão em curso, de banqueiros e de políticos, que todos nós conhecemos, não são processos de situações desconhecidas.
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