António Mesquita
Erwan Mahe (in "Real-World Economics", 13/6/12)
tem uma explicação para um fenómeno que tem intrigado muita gente. Por que é
que o euro não obedece à lei da oferta e da procura, desvalorizando face a
moedas como o dólar e o yen? Porque é que, apesar da crise que se alastra como
uma mancha de óleo pela Europa, continua a ser poupado na sua posição de moeda
forte?
Depois de afastar a ideia ilógica de que os
"investidores" não trocassem os seus depósitos em euros por outra
moeda, Erwan Mahe descobriu que existe uma moeda em que todos esses euros podem ser
convertidos sem afectar a cotação da moeda europeia: o Franco Suíço!
Mas vale a pena ler:
"Exactamente: o SNB (Swiss National Bank) continua a defender, custe o que
custar, o seu "floor" de €1,20 CHF e a comprar qualquer quantidade
das outras moedas europeias que se apresentem. (...) O boato é que se serve dum
banco holandês cotado com triplo A como seu intermediário neste mercado, e
intervém até numa fracção acima do "floor" de cerca de 1.2010. As
últimas estatísticas publicadas mostram uma escalada de 66 biliões na
sua reserva de divisas, só para o mês de Maio, para 304 biliōes de CHF, assim
iluminando a magnitude das operações recentes. (...) Pela primeira vez na
história da Suíça, os juros para a dívida a 5 anos caíram hoje em território
negativo!
(...) o que torna a Suíça num paraíso keynesiano: quanto
mais o governo pede emprestado menor é o fardo do débito! (...)
Segundo o articulista, estas operações podem ou não estar
ligadas aos planos ainda não oficiais para excluir a Grécia da zona euro.
Como
é da sabedoria das nações, a desgraça duns é a sorte
grande de outros. Uma sorte um bocado vesga, diga-se de passagem. Já
Chateaubriand dizia que os suiços tinham fundado os seus bancos em cima
das calamidades humanas.
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