Manuel Joaquim
Maio de 1945, tempo já de vida de muitos de nós, de nossos
pais e de tanta gente com quem ainda nos cruzamos no nosso dia a dia, foi tempo de esperança, com o fim da 2ª Guerra
Mundial e a derrota do nazismo, e de luta contra o fascismo ainda instalado e
em defesa da PAZ.
Porém, a situação política internacional permitiu a
manutenção de regimes fascistas e o desenvolvimento de novas ameaças à Paz.
Novas guerras eram iminentes e com armas nucleares que foram utilizadas pela
primeira vez sobre o Japão.
Os povos de todo o mundo, de uma forma ou de outra,
conheceram os dramas da destruição, da fome, da miséria, da doença, que são
sempre as consequências das guerras para as pessoas simples e inocentes. Por
isso, em 1949, organizações de todo o mundo, que defendiam e lutavam pela Paz,
pela coexistência pacífica e pelo desarmamento nuclear, constituíram uma
organização apartidária, a que se chamou Conselho Mundial da Paz, que chegou a
ter organizações representativas de 104 países, com sede na Finlândia.
Em Portugal, nesse tempo, também foram criadas, em muitos locais,
Comissões de Paz, com uma estrutura nacional a que se chamou Comissão Nacional
para a Defesa da Paz. Estas Comissões de Paz participaram em muitas acções,
designadamente na recolha de assinaturas para o Apelo de Estocolmo, que
defendia o fim das armas nucleares, promovido pelo Conselho Mundial da Paz, que
foi o maior abaixo-assinado realizado à escala mundial.
Em 24 de Abril de 1976, foi finalmente legalizado, como
associação, o Conselho Português para a Paz e Cooperação. Até ao 25 de Abril de
1974, defender a Paz, o desarmamento, o fim dos blocos político-militares, o
fim do colonialismo, a solidariedade e cooperação entre os povos, tinha
consequências, a mais certa era a prisão.
Se, quase sempre, temos vivido, mais perto ou mais longe,
com guerras de agressão e de ocupação, como na Palestina, em Angola, em
Timor-Leste, no Sahara Ocidental, no Líbano, na Jugoslávia, no Afeganistão, no
Irão e Iraque, na Líbia, com o regime de apartheid na África do Sul, com o
bloqueio a Cuba, hoje, estamos perante uma nova escalada de guerra que, a acontecer,
terá consequências desastrosas para o mundo inteiro. A crise económica e
financeira que está a apoquentar cada vez mais pessoas, comparada com o que
poderá acontecer, será simplesmente insignificante.
As movimentações
militares que estão em curso no Médio Oriente com o objectivo claro de agredir
a Síria e o Irão são terrivelmente assustadoras para a Humanidade.
Por isso, o Conselho Português para a Paz e Cooperação está
a desenvolver a nível nacional uma campanha de sensibilização e de
esclarecimento, alertando e mobilizando o Povo Português contra a guerra. É uma
iniciativa meritória que deve merecer a nossa atenção.
Aproveito a oportunidade para prestar uma simples homenagem,
lembrando Igrejas Caeiro, membro da Presidência do Conselho Português para a
Paz e Cooperação.
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