Manuel Joaquim
Assalto ao Capitólio de 6/1/2021
Nas últimas semanas assistimos a muita (des) informação sobre a “discussão” da lei das bases da organização das Forças Armadas que foi aprovada com os votos do PS, PSD e CDS que tem como objectivo concentrar o poder das forças armadas num único chefe militar, levando à sua governamentalização, de acordo com as instruções que receberam da União Europeia e da Nato.
Assunto que levou à pronúncia de diversas organizações de militares, oficiais generais e almirantes e os ex-presidentes da República, Ramalho Eanes e Cavaco Silva.
Foi um tema interessante. Ouvir o porta-voz do PSD para os assuntos de segurança, o conhecido ex-ministro da “revolução dos pregos”, mandar calar Cavaco Silva porque não sabia o que dizia; ler artigos em jornais ditos de referência a defender as posições do ministro da defesa sem argumentos, (ver Teresa de Sousa, no Público). Ler um texto de um almirante a denunciar a ignorância da jornalista, obriga-nos a pensar sobre estes assuntos. É claro que estes ditos jornalistas estão a justificar as avenças que recebem para serem os papagaios de serviço. Em jornais estrangeiros, chegou-se a ler que estava com curso uma golpada em Portugal ao nível das Forças Armadas. Não sei.
Curioso é verificar que neste tempo houve movimentações de militares de alta patente, nos Estados Unidos da América, na França, na Espanha, e eventualmente noutros, naturalmente por motivos específicos nos respectivos países. A comunicação em Portugal, em substância, não disse nada.
O presidente dos Estados Unidos, numa declaração que fez, reconheceu que os EUA sofrem uma epidemia de violência armada. Um tiroteio, na Califórnia, deixou vários mortos e feridos. Mas quase diariamente acontecem situações deste tipo naquele país sem se saber o que realmente se passou ou passa, para já não falar no assalto ao Capitólio que, tanto quanto se sabe, não vai ter investigação.
Biden teve recentemente iniciativas que desorientaram profundamente os seus apaniguados europeus: propôs a liberalização das vacinas; a decisão de injectar muito dinheiro na economia e telefonou a Putin para se encontrarem, o que vai acontecer no próximo dia 16.
As tentativas desesperadas de não permitir a construção do gasoduto Rússia – Alemanha, Nord Stream 2, parece que já foram abandonadas. Levantaram as sanções que tinham aplicado sobre empresas construtoras. Mas, pelos vistos, aplicaram sanções sobre navios utilizados na construção. De qualquer modo, o gasoduto vai ser terminado dentro de poucas semanas. E a Rússia vai construir um novo gasoduto.
Os EUA continuam a comprar petróleo à Rússia e ao Irão, apesar de toda a propaganda que fazem às sanções e ameaças a outros países.
A sociedade americana está gravemente doente e não tem grandes saídas. Os pobres são cada vez mais, serviços de saúde não existem, a assistência não responde às necessidades.
São inevitáveis, a prazo, grandes transformações nos EUA.
Notícias sobre a Venezuela quase que desapareceram da imprensa. Os EUA deixaram de reconhecer Guaidó como presidente e a maior parte dos países da EU também deixaram de o reconhecer. Não sabemos se o nosso SS também deixou de o reconhecer.
Mas sabemos das declarações do nosso SS sobre o massacre que Israel esteve a fazer sobre Gaza, destruindo todas as infraestruturas daquele território, água, esgotos, hospitais, casas, escolas, edifícios com instalações de agências internacionais, matando gente indiscriminadamente, dizendo que acusava o Hamas de lançar foguetes sobre Israel e que lamentava os bombardeamentos.
Ainda não vimos este SS a comentar o que se passa na Colômbia, no Brasil, na Índia, na Nicarágua, no Mali, os massacres agora assumidos por Macron no Ruanda ou as decisões da EU de criar emissoras para divulgação de notícias que ponham em causa o governo da Rússia e de outros países para provocar a alteração dos respectivos regimes. Não sei se precisarão dessas iniciativas. A CIA e quejandos têm muitas emissoras a transmitir há muitos anos. Estas podem servir para branquear as situações passadas e arranjar avenças para alguns lacaios.
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