No passado dia 20 de Abril, na
Biblioteca Municipal Almeida Garrett/Auditório, da Câmara Municipal do Porto,
comemorou-se o 45º Aniversário da Constituição da República Portuguesa, por
iniciativa de várias personalidades e instituições representativas de movimentos
sociais, políticos, sindicais e culturais, aprovada em 2 de Abril de 1976 e em
vigor desde 25 de Abril de 1976.
Apesar de ter sofrido diversas
alterações (sete), continua a marcar os valores conquistados com o 25 de Abril
de 1974, designadamente, direitos e deveres, organização económica, organização
do poder político, estabelecendo no seu Artigo 7º, que Portugal rege-se pelos
princípios do respeito dos direitos do homem, dos direitos do povos, da
igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos, pela abolição do
imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, pelo
desarmamento geral e pela dissolução dos blocos político-militares.
Apesar do Presidente da República
ter sido eleito para cumprir e fazer cumprir a Constituição, continua a
verificar-se que a prática política não corresponde aos compromissos assumidos.
É uma vergonha para o Partido
Socialista as posições políticas que o seu ministro SS assume perante situações
internacionais. É de um seguidismo canino perante o novo patrão americano, o
que já acontecia com o anterior patrão, defendendo caminhos políticos na EU que
podem levar ao precipício, isto é, à guerra. Não pode ser esquecido o envio
para a Venezuela de militares armados para apoiar um golpe de estado que estava
em marcha. Continua a ignorar as posições da ONU sobre a Palestina e o Sahara.
Outro ministro, JGC, vem fazer
declarações públicas de que a Rússia é um perigo, inimiga da Europa, feito
papagaio da campanha internacional em curso, atirando a Ucrânia para a frente
de guerra, fazendo-se parvo perante as negociações entretanto efectuadas entre Ângela
Merkel, Emmanuel Macron e Vladimir Putin e os USA terem recuado no envio de
barcos de guerra para o Mar Negro.
As tentativas que já não são só
de hoje, de evitar a entrada ao serviço do gasoduto Nord Stream 2, que vai
ligar a Rússia a Alemanha é a questão central, que os americanos não querem
porque lhes retira a venda do seu petróleo de xisto. As sanções e ameaças dos
USA às empresas que trabalham no gasoduto são tremendas, o que já levou algumas
a abandonar os trabalhos. Mas a Alemanha tem estado firme nas suas decisões,
(provavelmente por Merkel ter nascido no dia 17 de Julho) e o gasoduto estará
pronto em breves semanas. Os americanos não querem que os europeus,
especialmente a Alemanha, comprem gás e petróleo à Rússia, mas eles compram
grandes quantidades de petróleo à Rússia.
A maior parte dos que comem à
mesa do orçamento da EU são servis seguidores dos interesses americanos. E
alguns portugueses estão nessa linha. Um deles, que rejeitou ser candidato à
CMP por motivos óbvios, com familiares ligados à Igreja Católica, nem sequer
ouviu as palavras lúcidas do Papa a pedir Paz para a Ucrânia e para a Europa,
escreveu num jornal, que é a “voz do dono”, que se deveria enfrentar a Rússia.
Desgraçado, a fazer a apologia da guerra.
Mas a russofobia continua. Para
já, na guerra de embaixadas e sanções. Parece que voltamos ao tempo da Lei de
Talião. Mas não voltamos, porque a situação é muito perigosa e vai depender da
lucidez dos diversos intervenientes. Como agora se diz, há linhas vermelhas que
não devem ser calcadas, quanto mais ultrapassadas.
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