Já todos fomos "massajados" pela música de uma esplanada.
Às vezes, apetece-nos levantar e seguir a cadência, outras, deixar-nos flutuar como se o mar estivesse ali e nos envolvesse, e não tranquilamente deitado no horizonte.
A música modifica em nós o humor e o regime do movimento. E há até quem estenda a sua influência aos animais e às plantas.
A música é pois demasiado importante para ficar confinada aos músicos e aos melómanos.
Com quantas "estratégias" musicais nos confrontamos em sociedade?
Desde a indústria do rock e do seu papel retribalizador da juventude, ao fundo anestesiante dos centros comerciais e ao lubrificante sonoro dos elevadores, de que modo, verdadeiramente subliminar, não determina este tipo de música alguma coisa do nosso comportamento?
Por outro lado, como o silêncio, sob o assédio comercial, nos deixaria desamparados e sobreconscientes no acto da compra! E como sem essa escapatória, teríamos outros e talvez mais graves problemas de polícia, de desadaptação e disfuncionalidade!
Já Platão reconhecia a importância da música na vida da cidade e defendia a proibição de certos ritmos de origem oriental.
Mas é evidente que esse controlo não é desejável.
É preciso compreender a música, neste contexto, como um sistema auto-regulado, cuja semântica está ainda por enunciar.
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