Foi um negro mas podia ter sido uma mulher. Se a eleição de Barack, num país de histórica segregação, é um passo de gigante na caminhada da humanidade no sentido da igualdade de direitos racial, a eventual eleição de Hillary não representaria menos em termos da almejada igualdade de direitos sexual. Se mais não trouxer, isto justifica, por si só, a emoção colectiva experimentada dentro e fora das fronteiras americanas.
E agora? Depois de anos de recessão política e desordem financeira, sucedem a recessão económica e, com ela, o agravamento das condições de vida, no quadro de uma crise de energia e ambiental. Como disse o Presidente Lula, está na hora da política e percebe-se, com efeito, que uma nova ordem política mundial está a nascer. O facto de os vinte países (incluindo a União Europeia) considerados mais poderosos se terem concertado para decidirem até Março regras de regulação do(s) mercado(s), se se inscreve, sem dúvida, nesse reordenamento geopolítico, representa, muito para além disso, a busca de um capitalismo de novo tipo, e uma mundialização político-económico-financeira cada vez mais institucionalizada.
Isto significa que ao capitalismo (“de casino”) só pode suceder o capitalismo (com maior regulação e controlo)? Perante o fracasso das experiências socialistas, baseadas, como se sabe, na ditadura política e na estatização da economia, e, sobretudo, face ao desnorte da análise que lhe sucedeu (ora considerando-se que foi o próprio modelo soviético que falhou, ora considerando-se, como agora, que o falhanço se deveu ao cerco do imperialismo americano), a resposta não pode deixar de ser afirmativa.
Os portugueses (pelo menos os da minha geração) sabem, por experiência própria, distinguir entre ditadura e democracia. Esta deveria ser uma razão acrescida para não se continuar a invocar o ideário do socialismo sem se especificar o que estava errado nas experiências fracassadas e arquitectar um novo modelo credível. Sem isso, não faz sentido e é mesmo paradoxal continuar a propor-se um sistema cujas experiências concretas ruíram.
Com Barack inicia-se um novo ciclo político. “Sim, nós podemos”? Como é típico dos grandes momentos políticos como este, esperamos deste homem que materialize os mais profundos anseios de paz, justiça e prosperidade no mundo, apesar de a experiência histórica ensinar que, cedo ou tarde, nos desiludiremos com ele. O fenómeno da entropia, que desorganiza os sistemas físicos, também está presente na política. Mas, tal como com Mandela, este momento altamente simbólico de afirmação da igualdade de direitos, esse ninguém nos tira.
E agora? Depois de anos de recessão política e desordem financeira, sucedem a recessão económica e, com ela, o agravamento das condições de vida, no quadro de uma crise de energia e ambiental. Como disse o Presidente Lula, está na hora da política e percebe-se, com efeito, que uma nova ordem política mundial está a nascer. O facto de os vinte países (incluindo a União Europeia) considerados mais poderosos se terem concertado para decidirem até Março regras de regulação do(s) mercado(s), se se inscreve, sem dúvida, nesse reordenamento geopolítico, representa, muito para além disso, a busca de um capitalismo de novo tipo, e uma mundialização político-económico-financeira cada vez mais institucionalizada.
Isto significa que ao capitalismo (“de casino”) só pode suceder o capitalismo (com maior regulação e controlo)? Perante o fracasso das experiências socialistas, baseadas, como se sabe, na ditadura política e na estatização da economia, e, sobretudo, face ao desnorte da análise que lhe sucedeu (ora considerando-se que foi o próprio modelo soviético que falhou, ora considerando-se, como agora, que o falhanço se deveu ao cerco do imperialismo americano), a resposta não pode deixar de ser afirmativa.
Os portugueses (pelo menos os da minha geração) sabem, por experiência própria, distinguir entre ditadura e democracia. Esta deveria ser uma razão acrescida para não se continuar a invocar o ideário do socialismo sem se especificar o que estava errado nas experiências fracassadas e arquitectar um novo modelo credível. Sem isso, não faz sentido e é mesmo paradoxal continuar a propor-se um sistema cujas experiências concretas ruíram.
Com Barack inicia-se um novo ciclo político. “Sim, nós podemos”? Como é típico dos grandes momentos políticos como este, esperamos deste homem que materialize os mais profundos anseios de paz, justiça e prosperidade no mundo, apesar de a experiência histórica ensinar que, cedo ou tarde, nos desiludiremos com ele. O fenómeno da entropia, que desorganiza os sistemas físicos, também está presente na política. Mas, tal como com Mandela, este momento altamente simbólico de afirmação da igualdade de direitos, esse ninguém nos tira.
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