O Ministro das Infraestruturas e Habitação divulgou no dia 17 do corrente mês o Relatório Inicial da ANA – Aeroportos de Portugal, SA, (VINCI, empresa francesa) sobre a construção do aeroporto de Alcochete.
Depois de muitas peripécias passadas ao longo de anos para localizar definitivamente o local para a construção do aeroporto foi decidido que será em Alcochete. Peripécias resultantes de influências obscuras para a sua localização o que levou algumas personalidades e entidades a apostar nos diversos locais que os aliciaram a comprar grandes lotes de terrenos destinados à especulação imobiliária. Alguns ganharam outros perderam.
É interessante descobrir quem representa os interesses da ANA em Portugal e quem é o Ministro das Infraestruturas. Este foi Secretário de Estado das Infraestruturas do governo de Passos Coelho que tomou decisões polémicas sobre a TAP no fim do seu mandato.
Por isso, dizer que “mantém-se a intenção do Governo de não onerar directamente o Orçamento do Estado para a construção do Aeroporto” pode ser uma balela. Segundo o relatório, a construção deverá custar 8,5 mil milhões de euros, valor muito acima do valor previsto que era de 6.105 mil milhões, e prevê a sua abertura em 2037, contrariando os prazos do governo. Além disso a ANA pretende alargar o prazo de concessão até ao ano de 2092. Pelo que se percebe o actual aeroporto vai funcionar até ao ano de 2037.
Quem vai pagar a construção de uma nova ponte sobre o Tejo, de novas vias de circulação e de novos transportes, quem vai pagar os terrenos que vão ser comprados para substituir os terrenos militares de Alcochete?
Vai iniciar-se a construção da primeira fase do comboio de Alta Velocidade, Porto – Oiã, que no final vai ligar Porto a Lisboa. No Porto já estão a falar com moradores que vão ser expropriados e deslocados das suas habitações. Mas o comboio de Alta velocidade vai ligar Lisboa a Madrid e está previsto que da fronteira de Portugal a Madrid a viagem vai demorar cerca de uma hora.
O Aeroporto de Madrid é um dos maiores da Europa e continua a crescer até 2026.
Num tempo em que a energia está pelos preços da amargura em termos internacionais, em que se prevê uma diminuição da circulação aérea não só por esse efeito mas também pela diminuição do poder de compra de grande parte da população que alimenta o turismo na Europa, pela instabilidade política e social que atravessam muitos países, sabendo dos grandes interesses em jogo, atrevo-me a questionar se não será de racionalmente ponderar os investimentos previstos os quais poderão ficar pelo caminho por falta de capital?
2 comentários:
Isso era se esta gente dos governos e grupos de interesses pensassem em Portugal. Melhor bastava que pensassem ... Isabel Melo
Boa pergunta...
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