Manuel Joaquim
Nos anos 70 do século passado Portugal estava em guerra nas colónias africanas onde muitos jovens morreram ou ficaram estropiados para toda a vida, com desgraças para as suas famílias, para os amigos e para o país em geral.
Criado em 1967 pelo Papa Paulo VI, em 1 de Janeiro de cada ano, a Igreja Católica comemora o Dia Mundial da Paz. Em 8 de Dezembro de 1972, O Vaticano publicou uma mensagem do Papa para o dia 1 de Janeiro de 1973 sob o tema “A PAZ É POSSÍVEL”.
A mensagem diz que a PAZ é possível, se for verdadeiramente querida, e se a paz é possível, ela é obrigatória.
No Porto foi publicado um cartaz com a frase “A PAZ É POSSÍVEL”.
Lembro-me de conversar com Alberto Andrade para comprarmos esse cartaz e fazer um quadro e o colocarmos na sala da Direcção do Sindicato de Seguros onde tínhamos actividade.
Recordo-me das reacções de alguns dirigentes ao depararem com o quadro. Alguns manifestavam receios por causa da Pide, outros engoliam em seco, e outros queriam saber quem tinha tomado a iniciativa.
Ainda estava presente o Papa Paulo VI ter recebido em audiência, tempos atrás, dirigentes dos movimentos de libertação das colónias portuguesas, o que na altura causou problemas diplomáticos graves entre Portugal fascista e o Vaticano.
Falar na PAZ antes do 25 de Abril era subversivo.
Nos novos tempos falar da PAZ parece-me que continua a ser subversivo. As pessoas que defendem a PAZ são consideradas traidoras (pelas que defendem a guerra). As pessoas que defendem melhores condições de trabalho, melhores salários, melhores reformas, melhores escolas, melhor saúde, mais habitação, são simplesmente ignoradas. As suas iniciativas não passam nos jornais, nas rádios, nos telejornais, enquanto outras, são anunciadas até à exaustão.
Assistimos na Europa à multiplicação de vozes para os países se prepararem para a 3ª guerra mundial. São as vozes dos fabricantes de armamentos e das indústrias farmacêuticas para enriquecerem cada vez mais à custa dos dinheiros desviados da melhoria das reformas dos pensionistas, dos serviços de saúde, dos serviços da educação.
A Europa, tal como a conhecemos neste momento, está transformada numa colónia, dominada pelos EUA. Os dirigentes da União Europeia são figurões sem formação, lacaios que se limitam a cumprir ordens de quem manda, tendo como contrapartidas chorudas remunerações e prebendas.
Neste momento decorrem às portas da Rússia, manobras militares com mais de 90.000 militares com os respectivos materiais de guerra. Portugal também participa. Vários meses a prepararem-se para a guerra, a gastarem o dinheiro que faz falta para a melhoria das condições de vida das pessoas.
As autoridades da Letónia estão a expulsar cidadãos de origem russa, que são cerca de 25% da população. Os EUA vão colocar muito brevemente armas nucleares na Inglaterra.
São provocações a mais para quem está do outro lado da barreira.
Utilizando as palavras de uma personalidade importante, “gente não tem instinto de sobrevivência”.
Milhares de agricultores manifestam-se em França, na Polónia, na Roménia, na Suécia, na Hungria, na Moldávia, na Chéquia, Na Eslováquia e na Alemanha. Trabalhadores de outras actividades também se manifestam reivindicando melhores condições de trabalho e de vida.
Entretanto, vimos reuniões secretas de organizações fascistas onde já discutem planos para quando chegarem ao poder. Em 25 de Novembro passado reuniram num hotel em Potsdam, na Alemanha, empresários ricos, assessores do Partido para Alemanha (AfD), políticos da CDU e outros, onde discutiram a deportação massiva de imigrantes para um “país modelo” do norte de África.
Não estão a inventar nada de novo. O Plano Madagáscar, delineado pelo regime nazi alemão em 1940, pretendia deslocar centenas de milhares de judeus europeus para a ilha de Madagáscar, na altura colónia francesa. Em 20 de Janeiro de 1942 os nazis decidiram ser mais fácil o extermínio das pessoas.
Agora é em relação aos imigrantes e não só.
Ouvi uns dirigentes de Israel a dizerem que estão a discutir a criação de uma ilha artificial para deportaram para lá os palestinianos e que também estão a negociar com países africanos (Congo) para o mesmo fim.
Além dos fascistas alemães, são os judeus a recuperarem o mesmo plano dos nazis de 1940.
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