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01/01/24

O ESTADO DA SAÚDE

Manuel Joaquim

https://www.jn.pt/4887631718/equipas-fixas-nas-urgencias-de-cinco-hospitais-ate-final-do-ano/



As pessoas estão a ser permanentemente bombardeadas com notícias sobre a situação nos hospitais, nas urgências, os tempos de espera, a falta de médicos de família, tudo para as levar a questionar o SNS. Um apresentador da TV, um tal que diz que escreve livros, é um verdadeiro artista a apresentar as notícias sobre a saúde, com pinceladas de negrume, provavelmente a fazer campanha política a favor do partido do irmão e a maltratar tudo o que existe a nível da saúde. 

O actual bastonário da Ordem dos Médicos publicou há uns tempos um artigo no jornal Público com o título “Mas, afinal, para que serve a Ordem dos Médicos?”, onde refere que “no meio da crise mediática dos Serviços de Urgência deste verão o MS decidiu contestar o Regulamento da Constituição das Equipas Médicas nos Serviços de Urgência …” Mais adiante, afirma que há “uma intromissão política – mesmo que exercida através de instrumentos jurídicos – é sempre perigosa e nociva.”

Mas a quem compete legislar e organizar os Serviços de Saúde? Não é ao Governo? O que a Ordem dos Médicos faz é política partidária com tempo de antena quase diário nos diversos canais das TVs. O anterior bastonário vê-se aonde está agora enfeudado partidariamente. O actual, foi eleito com 11 176 votos quando a Ordem tem inscritos mais de 61 mil médicos. A representatividade é muito pequena.

O actual Ministro da Saúde não é um defensor do SNS. Quando foi Secretário de Estado da saúde em anterior Governo, abriu as portas do SNS à medicina privada e aos grupos económicos que exploram os hospitais e clínicas privadas.

AS pessoas não sabem o que se passa nos serviços de saúde dos países chamados ricos, na União europeia, na Inglaterra, nos EUA e no Canadá. Não se entra nas urgências hospitalares, a não ser por acidente, quem não tiver seguros privados de saúde não é tratado. É isso o que pretendem fazer em Portugal, destruir o SNS e alimentar as seguradoras. 

Em Portugal, antes do 25 de Abril, a situação era muito má. A mortalidade infantil era muito elevada, não existia uma cobertura de saúde, recorria-se aos médicos particulares. Algumas profissões conseguiram assistência através da criação de Caixas Sindicais e de Previdência, de Serviços de Assistência e através de grandes empresas e de organismos do Estado. Os doentes que precisassem de assistência hospitalar urgente passavam horas e horas a aguardar um médico para serem assistidos. Quase sempre acompanhados por familiares que passavam pacientemente o tempo de espera. 

Depois do 25 de Abril deram-se os primeiros passos para cobrir o país com assistência. Construíram-se hospitais, centros de saúde, criação de novos serviços como o da Saúde Infantil, Planeamento Familiar, Doenças Coronárias, Diabetes, Vacinações, etc.. 

Em 1979 foi criado o SNS, com os votos contra dos partidos da direita. Os partidos da direita, sob várias máscaras, continuam empenhados em desmantelar o SNS.

Em 2001 o Relatório Mundial da Organização Mundial de Saúde classificou Portugal em 12º lugar, dos melhores SNS a nível Mundial, à frente da Holanda, Grã-Bretanha, Suíça, Suécia, Alemanha, Canadá, EUA. 

O que é preciso é que as pessoas defendam o SNS e os Serviços Públicos de Saúde e medidas urgentes para a sua melhoria.

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