Manuel Joaquim
De manhã à noite somos bombardeados com notícias sobre o novocoronavírus e, implícita e explicitamente, acusando a China de responsabilidade pela epidemia, pelos maus hábitos alimentares, pela falta de higiene, pela sua política e até pelo uso militar dos vírus.
Curiosamente, o surto da epidemia aparece numa das grandes cidades que é plataforma estratégica de logística da actividade industrial e comercial e de transportes nacionais e internacionais da China.
Antes deste surto, Trump pediu às empresas americanas que saíssem da China e regressassem, mas não teve o efeito desejado. Poucos dias após o aparecimento do vírus, o fanfarrão referiu-se ao acontecimento, manifestando satisfação com a sua propagação na China e no Irão, suas grandes dores de cabeça. Há poucos dias entidades dos EUA anunciaram que já tinham uma vacina pronta para comercialização.
Como é isso possível, se só agora é que foi conhecido o ADN do vírus e quem está a desenvolver uma vacina é a China, juntamente com a Rússia e Cuba? Sabe-se que vários países armazenam e desenvolvem armas biológicas com fins militares e que as utilizam. Esperemos que não tenha sido o caso.
Todas estas notícias apareceram inseridas numa grande campanha política e ideológica, mas quem a alimentou perdeu o controlo e, hoje, as consequências são devastadoras, a todos os níveis: industrial, económico, político e social. Se o objectivo era outro, tentar encobrir a crise industrial, económica, político, social e até militar, arranjando bodes expiatórios, o que está acontecendo é o contrário. Estamos perante uma pandemia. Já morreram médicos, ministros e embaixadores. O próprio Papa será uma caso suspeito, como agora se diz.
Em Portugal, em 2018, morreram de pneumonia 5764 pessoas. De doenças do aparelho respiratório morreram 13.305 pessoas. Nos Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Saúde dos EUA, entre 1 de Outubro de 2019 e 1 de Fevereiro de 2020, foram hospitalizadas em consequência da gripe, cerca de 210.000 pessoas e 12.000 faleceram. Desde 2010, mortes associadas a surtos de gripe, são, em média, por ano, 37.000. Ninguém se lembra de ter assistido a campanhas mediáticas contra estes surtos.
O coronavírus manteve fora da agenda mediática e fechado a sete chaves o conflito com a Venezuela, sobre a passagem de Guaidó por Lisboa, vindo dos EUA, a caminho da Venezuela, mal identificado e transportando produtos proibidos. O caso foi conhecido por iniciativa da Venezuela, com sérios prejuízos para a TAP e para toda a comunidade portuguesa naquele país. O governo português decidiu efectuar um inquérito mas até agora não é conhecido.
O Presidente da República, confrontado com o assunto, falou para as TVs dando palavras ocas, certamente substituindo-se ao emplastro que estava atrás de si. Posteriormente foi noticiado, por iniciativa da Venezuela, a realização de uma reunião entre o ministro dos Negócios estrangeiros da Venezuela e o de Portugal para discutir o processo. O ministro dos negócios estrangeiros é o mesmo que enviou militares armados para participar num golpe contra o governo da Venezuela.
O coronavírus mantém fora da agenda mediática a guerra na Síria, não tratando o problema das centenas de mercenários franceses ao lado dos terroristas, as tropas da Turquia ao lado dos terroristas e a chantagem que a Turquia está a exercer junto da União Europeia pelo atraso nos fabulosos pagamentos que deveria receber para manter e conter refugiados.
O coronavírus também não permitiu dar grandes notícias sobre a reunião do Conselho de Ministros que se realizou esta semana em Bragança, onde aconteceu que António Costa e o seu governo saíram pelas traseiras do Teatro de Bragança para não serem confrontados com uma manifestação de dirigentes sindicais dos Professores que pretendiam entregar milhares de postais reclamando pelos seus direitos.
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