Manuel Joaquim
No Centro Cultural da Câmara Municipal de Bragança, decorreu entre os dias 30 de Novembro e 5 de Dezembro, a Mascararte, VIII bienal da máscara, com grande participação de artistas, principalmente do nordeste transmontano.
No decurso da exposição foi apresentado o livro “A Magia das Máscaras Portuguesas”, da autoria de António Pinelo Tiza, presidente da Academia Ibérica da Máscara, especialista em etnografia e com vasta obra publicada. No livro descreve as festas de inverno do nordeste e as que se realizam noutros lugares de Portugal.
“A necessidade dos povos aguçou a sabedoria que fez do inverno a estação mais rica em ritos mágicos, com a finalidade de iluminar a noite escura. Será, porventura, por isto, que as festas de inverno se conservam autênticas no Nordeste Transmontano” (1)
É interessante a referência às reminiscências das festas celtas e rituais pagãos, que existiram em antigas populações locais, e a apropriação pelo cristianismo desses rituais e das próprias datas festivas.
Na cultura romana, anterior ao cristianismo, celebrava-se o “grande dia do sol, - o Natale Solis Invicti”, que acontecia, em termos de calendário, no dia 25 de Dezembro, o solstício de inverno. Na Idade Média, esta data foi apropriada pelo cristianismo, fazendo-a coincidir com o nascimento do novo sol, o nascimento de Jesus.
Segundo estudiosos, o nome Jesus é uma versão latinizada do nome em grego, que, por sua vez, tem origem judaica. A data de nascimento de Jesus e respectivo lugar são desconhecidos.
As referências existentes são as feitas nos Evangelhos segundo S. Mateus e São Lucas, sem qualquer precisão de datas e de lugares. A Bíblia não especifica nem dia nem lugar. No calendário romano, o dia 25 de Dezembro, era o dia do solstício de inverno, a festa “Natalis Solis Invicti”, que Tiza refere no seu livro.
(1) – Tiza “Ritos do ano novo celta – A festa da Cabra e do Canhoto de Cidões” – A Magia das Máscaras Portuguesas – Âncora Editora – Dezembro de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário