António Mesquita
Arnold Schönberg (1874/1951)
"Os grandes artistas nunca foram aqueles que encarnavam o estilo mais puro e o mais perfeito, mas aqueles que, nas suas obras, utilizaram o estilo para se endurecerem eles próprios contra a expressão caótica do sofrimento como verdade negativa. O estilo das suas obras dava ao que eles exprimiam a força sem a qual a vida se vai sem ser compreendida. Mesmo as obras que se definem como clássicas, como a música de Mozart, contêm tendências objectivas que contrastam com o estilo que elas encarnam. Até a Schönberg e Picasso, os grandes artistas mantiveram a sua desconfiança a respeito do estilo e quando as questões decisivas estavam em causa, eles seguiam menos o estilo do que a lógica do objecto."
"La dialectique de la raison" (Max Horkheimer e Theodor Adorno)
"Os dadaístas e os expressionistas nas suas polémicas condenavam (o que diziam ser) a mentira do estilo."
O estilo é o mais exterior, sendo a marca mais pessoal. Uma vez criado e estabelecido pode ser imitado (é o tema de "Fake" de Orson Welles), aplicado como uma fórmula a qualquer tema.
Mesmo o criador demasiado consciente do seu estilo já não encontra o caos contra o qual forjou o seu estilo, mas a dureza que é a memória desse confronto.
A mentira do estilo é a mentira da palavra que se repete e cujo sentido é o de uma língua morta.
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