António Mesquita
"O consenso é apenas um estado das discussões e não o seu fim. Este é mais propriamente a paralisia."
(Jean-François Lyotard, in "La condition post-moderne")
O tempo abre fissuras no mais feliz dos consensos. Todos conhecemos o efeito do cansaço nas discussões (quando as há) e como esse cansaço favorece um "consenso", que não resiste à luz do dia, mas que, rapidamente, se pode tornar "a melhor solução possível".
As discussões são virtualmente intermináveis porque é possível explorar indefinidamente os prós e os contra de qualquer posição, e é a vontade, finalmente, quem decide, ou o sono, o cansaço, o medo, e até...o bom senso.
O que nos leva ao aforismo que diz que "da discussão nasce a luz". Seria, talvez, mais apropriado sustentar que do concurso de vontades para levar a discussão à "paralisia" (ou ao não-problemático), pode resultar o esclarecimento da questão. Mas a discussão é muito mais do que isso. Basta pensar no que diz José Gil sobre a diferença entre discordância e discórdia e a incapacidade de discutir dos portugueses.
"Paradoxalmente (ou perversamente), porque o que se procura é precisamente a discordância (não a discórdia) e, antes de tudo, ouvir o som da sua própria voz,"
"Paradoxalmente (ou perversamente), porque o que se procura é precisamente a discordância (não a discórdia) e, antes de tudo, ouvir o som da sua própria voz,"
("Portugal, hoje - O medo de existir" de José Gil)
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