Manuel Joaquim
Há mais de 50 anos que ouvi falar de Miguel Urbano Rodrigues. Mais tarde, por volta de 1966, 1967, lia recortes do jornal “Estado S.Paulo” e da revista brasileira “Visão”, de artigos que Miguel publicava, muitos sobre a situação política portuguesa. Chegavam-me à mão por intermédio de Alexandre de Almeida, meu colega de trabalho, que os obtinha pelo intercâmbio de recortes e notícias que promovia por intermédio de outras pessoas ou por sua própria iniciativa através de correspondência com alguns portugueses refugiados no Brasil.
Tive a oportunidade de o conhecer pessoalmente após o 25 de Abril e de conversarmos muitas vezes sobre acontecimentos que só ele sabia contar. Brasil, Colômbia, Cuba e toda a América Latina, estavam sempre presentes.
Uma vez, jantamos juntos, em Vila Nova de Gaia. Falamos sobre um livro que tinha acabado de publicar, escrito em conjunto com a sua companheira, Catarina. A parte final do livro é sobre a visita que efectuaram ao Irão, país que tinha visitado pela primeira vez. A sua descrição, distante mas respeitável, impressionou-me verdadeiramente.
Tenho presentes os debates na TV com Franco Nogueira que causaram sensação. As suas entrevistas nas televisões e dos comentários de respeito e de admiração que provocavam nos comentadores. E recordo-me das palavras elogiosas que teceu, certa vez, à jornalista Ana Lourenço, no fim de uma entrevista.
A obra publicada é vasta e de leitura imprescindível para se conhecer um Homem de tão grande cultura e saber que até ao fim da vida lutou e manteve a confiança num futuro melhor para a Humanidade.
Natural de Moura, 2 de Agosto de 1925 – 27 de Maio de 2017
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