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01/06/13

A SITUAÇÃO NA SÍRIA

Manuel Joaquim



http://darkroom.baltimoresun.com



As guerras no Iraque, no Afeganistão e na Líbia praticamente desapareceram dos grandes meios de comunicação. Esporadicamente aparecem notícias sobre o rebentamento de uma ou outra viatura que mata dezenas de pessoas, com referências a mulheres e crianças, mas sobre as situações das guerras, das populações, dos poderes e das políticas nada se sabe. Centenas de milhares de soldados são deslocados dos seus países de origem, alguns portugueses, para fazerem a guerra a milhares de quilómetros de distância mas informações sobre o que se passa, na realidade, não existe.


As pessoas minimamente informadas sabem o que se passou em Hiroshima e Nagasaki com o lançamento de bombas atómicas pelos norte-americanos. Nos dias de hoje milhares de pessoas sofrem de doenças incuráveis, muitas delas transmitidas pelos seus pais que viviam naquela época.


O desastre na central nuclear de Chernobil provocou a destruição e morte de muitas pessoas. Milhares de crianças continuam a ser tratadas em Cuba desde aquela altura.Toda aquela zona, onde está instalada a central, continuaabandonada em virtude de continuarem a existir riscos de contaminação.


No Iraque existem centenas de milhar de pessoas contaminadas com urânio das armas utilizadas pelas tropas americanas e inglesas mas quase todos nós desconhecemos essa realidade. O cancro, as malformações e outras doenças típicas resultantes da contaminação do urânio são vulgares na população iraquiana. Os jornais e as televisões não falam sobre isso.


O que se passa com os militares dos países que foram fazer a guerra, particularmente norte-americanos, praticamente nada se sabe. Movimentos de cidadãos ligados aos veteranos de guerra apresentam números preocupantes sobre suicídios, doenças psiquiátricas e outras ligadas aos teatros de guerra. Nada se fala porque a maior parte deles, fugindo ao desemprego e às dificuldades económicas foram carne para canhão.


A França que vive uma crise económica muito grave está numa corrida aos armamentos. Vai adquirir drones a Israel e à Inglaterra por considerar que são as “peças mestras nas guerras do futuro”.


Nestes dias a Europa decidiu levantar o embargo de fornecimento de armas aos terroristas da Síria, contra decisões da ONU, com vista a derrubarem um governo constitucionalmente eleito. Há mais de dois anos que a Síria tem sido vítima de ataques de terroristas financiados pelos países da Europa e por alguns países árabes.


A ex-juíza do Tribunal Penal Internacional para a ex-jugoslávia, a italiana Carla del Ponte, reconheceu que existem elementos que confirmam a utilização de armas químicas (gás Sarin) pelos terroristas na Síria. Hoje, as autoridades turcas prenderam dois membros de uma organização terrorista com dois quilos de gás Sarin que ia ser utilizado no próximo fim-de-semana. Mas os EUA, países da Europa e Israel dizem que são as tropas da Síria que usam armas químicas. Justificação para invadirem um país soberano que não serve os interesses do imperialismo.


Apesar de estar marcada uma reunião para o próximo dia 5 de Junho entre a ONU, EUA e Rússia para organizarem uma conferência internacional para pôr fim ao conflito, tudo aponta que há interesses que não pretendem o fim seja a paz.


As tácticas utilizadas são as mesmas que se verificaram ao longo da história recente. O início da 1ª Guerra Mundial; o Início da 2ª Guerra Mundial; a guerra no Vietname, a guerra Irão-Iraque, a guerra no Iraque, a ocupação da Líbia, etc.


As crises económicas, sociais e políticas que os países imperialistas vivem são muito perigosas pois a guerra é encarada como forma de superar essas crises. E pode acontecer que em situação de desespero algum desses países avance nesse desastroso caminho. A situação internacional nestes últimos anos alterou-se profundamente, tanto a nível económico, social e político e, sobretudo, militar.


Será que vamos entrar a breve prazo numa nova guerra com consequências desastrosas para Portugal e para o mundo?



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