No próximo dia 2 de Novembro vão realizar-se eleições nos EUA para 37 dos 100 lugares do Senado. Nas eleições realizadas em 2006, o Partido Democrata conseguiu a maioria na Câmara dos Representantes e no Senado, terminando com doze anos de maioria do Partido Republicano. A situação económica, o agravamento das condições sociais e as dificuldades crescentes com a guerra no Iraque determinaram os resultados eleitorais.
Entretanto, em Novembro de 2008, realizaram-se eleições para a Presidência, para alguns lugares do Senado e para a Câmara dos Representantes.
A eleição para a Presidência de um candidato do Partido Democrata e negro, Barack Obama, criou expectativas de alteração de política interna e internacional. O seu programa, os seus discursos, as suas afirmações alimentavam essas expectativas. A institucionalização do sistema de saúde para todos os cidadãos americanos, a luta contra o desemprego, os problemas da educação e a regularização dos imigrantes, levaram à criação de núcleos de apoio em todos os estados, constituídos por muitos jovens, trabalhadores e organizações de base. O Planeamento da saída das tropas do Iraque, a calendarização para o fim da guerra no Afeganistão, o encerramento calendarizado da prisão de Guantânamo, com pessoas raptadas nos seus próprios países, torturadas e presas sem julgamento e sem culpa formulada, a manifestação de vontade de falar com Chavez e com Fidel Castro para acabar com o bloqueio a Cuba, a regularização dos conflitos internacionais através do diálogo, pontificavam na sua campanha.
Todas essas palavras respondiam ao anseio de mudança visível no seio da população americana. Mas cerziam um pano que cobria o apoio das corporações industriais, financeiras e militares. Barack Obama foi o candidato que mais donativos recebeu do sector financeiro para a sua campanha eleitoral. Percebe-se porque razão a área financeira do seu governo esteja completamente entregue aos homens de Wall Street.
Hoje, todas essas palavras são simplesmente palavras que nunca deixaram de ser. Nunca passaram do papel a actos. O sistema de saúde foi aprovado depois das grandes concessões efectuadas ao sector segurador e às grandes corporações da saúde e dos medicamentos. O desemprego e a miséria crescem, cidades industriais estão abandonadas, a contestação aumenta organizadamente. Os jornais e as TVs nada dizem sobre o que se passa actualmente na sociedade americana. Internacionalmente a situação agrava-se perigosamente. Todas as promessas para a Paz e para a resolução dos conflitos foram completamente esquecidas. Cresce o número de soldados americanos nos actuais cenários de guerra e cresce o número de potenciais cenários de guerra. América Central, América do Sul, África, Médio Oriente, Ásia, e Europa. Há quem diga que o actual Presidente dos EUA, Barack Obama, é o pior Presidente dos últimos anos.
Apesar de ambos os partidos, democrata e republicano, não abordarem a questão cada vez mais evidente, que é o confronto entre classes sociais, será que desse confronto e das promessas não cumpridas vai sair derrotado o Partido Democrata nas próximas eleições ?
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