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01/03/09

GLOBALIZAÇÃO VERSUS TRIBALISMO

António Mesquita

Benjamin Barber


"Até ao ponto em que tanto o McWorld quanto a Jihad têm uma política natural, tem-se revelado ser uma antipolítica. Para o McWorld, é a antipolítica do globalismo, burocrático, tecnocrático e meritocrático, focado (tal como Marx previu que seria) na administração das coisas - com as pessoas, todavia, entre as coisas principais a serem administradas. Nos seus imperativos político-económicos, o McWorld tem sido guiado pelos princípios do laissez-faire do mercado, que privilegiam a eficiência, a produtividade e a beneficência a expensas da liberdade cívica e do auto-governo."

"Jihad vs. McWorld" (Benjamin Barber)


Barber identifica no que chama de McWorld e de Jihad (cuja antipolítica é a da tribalização, da ditadura e do fundamentalismo teocrático) os dois princípios que governam os nossos tempos. Segundo ele, a democracia não é consubstancial a nenhum desses princípios (o mercado florescia debaixo da junta militar chilena e, de qualquer modo, para os negócios a "previsibilidade tem mais valor do que a justiça"), mas é evidente que "os principais valores políticos requeridos pelo mercado global são ordem, tranquilidade e liberdade - como na frase 'comércio livre', 'imprensa livre' e 'amor livre'; os direitos humanos são necessários até um certo ponto, mas não a cidadania ou a participação - nem mais justiça e igualdade do que é necessário para promover uma eficiente economia de produção e de consumo."

Donde, a globalização terá mais condições de se impor do que a retribalização, cujo surto seria uma espécie de último estertor.

A democracia dos cidadãos e da participação terá de jogar-se, sobretudo, ao nível local, ou de nenhum outro modo. E é por isso que a democratização imposta ou introduzida de cima para baixo nunca conseguirá substituir as raízes da verdadeira cidadania.

No nosso caso, bem podemos perceber quanto essas raízes nos fazem falta ainda hoje e por que esta democracia se reduz à superestrutura e ao teatro partidário.

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