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01/09/25

DIFÍCIL É COMBATER A GUERRA

Manuel Joaquim

(Trump e Putin em Anchorage, Alaska)



Fazer a guerra é fácil. Difícil é combater a guerra.”. Este é o título de um artigo publicado no Jornal das Beiras, em Março de 2022, de autoria de Manuel Pires da Rocha, e agora publicado no livro “linhas vermelhas”.

A reunião realizada no passado dia 15 de Agosto no território norte-americano do Alasca, na cidade de Anchorage, entre Trump e Putin, foi, provavelmente, das mais importantes dos últimos anos, com consequências directas para a Europa e para o mundo.

É interessante acompanhar o que dizem os comentadores de serviço sobre essa reunião. A única coisa que realmente se sabe é que não houve comentários dos participantes nem actas ou documentos sobre os assuntos tratados. Mas os comentadores falam como se tivessem acesso a informações privilegiadas, pondo-se a adivinhar o que lá se passou, para justificarem a utilização dos espaços e tempos de antenas e os dinheirinhos que vão recebendo dizendo asneiras de todo o tamanho.

Como é interessante ver a deslocação do presidente da Ucrânia aos EUA para reunir com Trump, acompanhado dos pajens europeus que nem sequer foram cumprimentados pelo presidente americano e não participaram na referida reunião. Viu-se, numa reunião posterior, que todos eles estavam sentados à volta de uma mesa a ouvir Trump, e que este, em determinada altura, sobre um assunto levantado pela presidente da EU, lhe disse que não estavam ali para discutir esse assunto. A notícia publicada de que Trump teria telefonado a Putin no meio da reunião é falsa, tendo sido desmentida pela Casa Branca.

Entretanto, sabe-se que a Alemanha, França e Inglaterra ainda não desistiram de mandar tropas para a Ucrânia e quase todas as semanas falam sobre isso. Kaja Kallas, responsável dos negócios estrangeiros da EU, afirmou publicamente de que a EU não permite nenhum acordo com a Rússia. António Costa defende publicamente o reforço militar da Ucrânia para continuar a guerra. A Alemanha prepara-se para o serviço militar obrigatório. O chanceler alemão acaba de dizer publicamente que “não haverá qualquer encontro entre Zelensky e Putin num futuro imediato”. Partidos alemães, há poucos dias, pronunciaram-se contra o envio de tropas para a Ucrânia pelo perigo de provocar o alastramento da guerra. Em Portugal há muitos a defenderem a guerra desde que não sejam eles e os seus familiares a participar. Uma das últimas personalidades, ex-MRPP, defende que “é mais do que tempo de a Europa acordar e se necessário meter botas no terreno”. Como se vê, é “difícil combater a guerra”, pois ela é provocada pelas necessidades económicas controladas pelas elites dos respectivos países. Um balde de água fria foi lançado por Mário Draghi há poucos dias sobre as cabeças destes inteligentes ao dizer que a EU não tem influência política.

Nos jornais lê-se que a EU diz que não quer mais gás russo mas que está a comprar mais do que nunca. As trocas comerciais estão até a ser favoráveis à EU. Em que ficámos? A EU vai a caminho do 19º pacote de sanções e os resultados não aparecem? Anda muita gente a mentir.

A comunicação tem estado, toda ela, concentrada nos incêndios. Comentários sobre o que não se fez e o que se deve fazer é o pão nosso de cada dia. Mas muito raramente se fala ou escreve sobre os grandes interesses que estão em jogo e não só. Sobre os helicópteros Kamov que estiveram anos atrás ao serviço, só li um texto de Miguel Sousa Tavares a falar sobre o assunto. Sabe-se que o governo os ofereceu à Ucrânia. Mas mesmo que ainda estivessem em Portugal não podiam ser utilizados por serem russos. A Espanha também não utiliza Kamov e outros aviões especiais para fogos pelo mesmo motivo. A EU está impedindo a sua utilização não obstante outros países da EU estarem a utilizá-los. Servilmente e em prejuízo do país obedecemos.

Sobre concursos de aparelhos para os fogos também nada se sabe. O que veio nos jornais, há uns tempos, é que foi adjudicado um contrato a uma empresa com sede em Chipre que não tinha aeronaves nem pilotos e que pertenceria a um familiar de ministro do actual governo.

O desmantelamento do SNS continua. As notícias são diárias. Agora os bebés não nascem em qualquer lugar. Alguns têm o privilégio de nascer na A1. Quem quiser saúde que a pague, era um lema do PSD. Não devemos esquecer que PSD e CDS votaram contra o SNS quando foi aprovado. Continuam na mesma sanha.

A educação vai pelo mesmo caminho. Como se ouve, o ensino é para os ricos. Cada vez menos alunos com acesso ao ensino superior. Cada vez mais dinheiro para o ensino privado. Agora, o governo prepara-se para extinguir as bibliotecas escolares e abolir o Plano Nacional de Leitura.

Os inteligentes que nos governam na Europa e em Portugal são ignorantes, sofrem de lavagens ideológicas e procuram servir-se o melhor que podem das influências e lugares que ocupam. Patologias que devem ser estudadas mas com difíceis tratamentos.

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