“Fazer a guerra é fácil. Difícil
é combater a guerra.”. Este é o título de um artigo publicado no Jornal das
Beiras, em Março de 2022, de autoria de Manuel Pires da Rocha, e agora
publicado no livro “linhas vermelhas”.
A reunião realizada no passado
dia 15 de Agosto no território norte-americano do Alasca, na cidade de
Anchorage, entre Trump e Putin, foi, provavelmente, das mais importantes dos
últimos anos, com consequências directas para a Europa e para o mundo.
É interessante acompanhar o que
dizem os comentadores de serviço sobre essa reunião. A única coisa que
realmente se sabe é que não houve comentários dos participantes nem actas ou
documentos sobre os assuntos tratados. Mas os comentadores falam como se
tivessem acesso a informações privilegiadas, pondo-se a adivinhar o que lá se
passou, para justificarem a utilização dos espaços e tempos de antenas e os
dinheirinhos que vão recebendo dizendo asneiras de todo o tamanho.
Como é interessante ver a
deslocação do presidente da Ucrânia aos EUA para reunir com Trump, acompanhado
dos pajens europeus que nem sequer foram cumprimentados pelo presidente
americano e não participaram na referida reunião. Viu-se, numa reunião
posterior, que todos eles estavam sentados à volta de uma mesa a ouvir Trump, e
que este, em determinada altura, sobre um assunto levantado pela presidente da
EU, lhe disse que não estavam ali para discutir esse assunto. A notícia
publicada de que Trump teria telefonado a Putin no meio da reunião é falsa,
tendo sido desmentida pela Casa Branca.
Entretanto, sabe-se que a
Alemanha, França e Inglaterra ainda não desistiram de mandar tropas para a
Ucrânia e quase todas as semanas falam sobre isso. Kaja Kallas, responsável dos
negócios estrangeiros da EU, afirmou publicamente de que a EU não permite
nenhum acordo com a Rússia. António Costa defende publicamente o reforço
militar da Ucrânia para continuar a guerra. A Alemanha prepara-se para o serviço
militar obrigatório. O chanceler alemão acaba de dizer publicamente que “não
haverá qualquer encontro entre Zelensky e Putin num futuro imediato”. Partidos
alemães, há poucos dias, pronunciaram-se contra o envio de tropas para a
Ucrânia pelo perigo de provocar o alastramento da guerra. Em Portugal há muitos
a defenderem a guerra desde que não sejam eles e os seus familiares a
participar. Uma das últimas personalidades, ex-MRPP, defende que “é mais do que
tempo de a Europa acordar e se necessário meter botas no terreno”. Como se vê,
é “difícil combater a guerra”, pois ela é provocada pelas necessidades económicas
controladas pelas elites dos respectivos países. Um balde de água fria foi
lançado por Mário Draghi há poucos dias sobre as cabeças destes inteligentes ao
dizer que a EU não tem influência política.
Nos jornais lê-se que a EU diz que
não quer mais gás russo mas que está a comprar mais do que nunca. As trocas
comerciais estão até a ser favoráveis à EU. Em que ficámos? A EU vai a caminho
do 19º pacote de sanções e os resultados não aparecem? Anda muita gente a
mentir.
A comunicação tem estado, toda
ela, concentrada nos incêndios. Comentários sobre o que não se fez e o que se
deve fazer é o pão nosso de cada dia. Mas muito raramente se fala ou escreve
sobre os grandes interesses que estão em jogo e não só. Sobre os helicópteros
Kamov que estiveram anos atrás ao serviço, só li um texto de Miguel Sousa
Tavares a falar sobre o assunto. Sabe-se que o governo os ofereceu à Ucrânia.
Mas mesmo que ainda estivessem em Portugal não podiam ser utilizados por serem
russos. A Espanha também não utiliza Kamov e outros aviões especiais para fogos
pelo mesmo motivo. A EU está impedindo a sua utilização não obstante outros
países da EU estarem a utilizá-los. Servilmente e em prejuízo do país
obedecemos.
Sobre concursos de aparelhos para
os fogos também nada se sabe. O que veio nos jornais, há uns tempos, é que foi
adjudicado um contrato a uma empresa com sede em Chipre que não tinha aeronaves
nem pilotos e que pertenceria a um familiar de ministro do actual governo.
O desmantelamento do SNS
continua. As notícias são diárias. Agora os bebés não nascem em qualquer lugar.
Alguns têm o privilégio de nascer na A1. Quem quiser saúde que a pague, era um
lema do PSD. Não devemos esquecer que PSD e CDS votaram contra o SNS quando foi
aprovado. Continuam na mesma sanha.
A educação vai pelo mesmo
caminho. Como se ouve, o ensino é para os ricos. Cada vez menos alunos com
acesso ao ensino superior. Cada vez mais dinheiro para o ensino privado. Agora,
o governo prepara-se para extinguir as bibliotecas escolares e abolir o Plano
Nacional de Leitura.
Os inteligentes que nos governam na Europa e em Portugal são ignorantes, sofrem de lavagens ideológicas e procuram servir-se o melhor que podem das influências e lugares que ocupam. Patologias que devem ser estudadas mas com difíceis tratamentos.
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