Ainda a propósito de Tavira, para além do movimento contra a exploração de petróleo e gás que observei em todo lado, conforme referi no artigo do passado mês de Outubro, registei, com curiosidade e simpatia, o nome de Álvaro de Campos em restaurantes, em lojas, numa associação cultural, que tem precisamente esse nome, em sessões de poesia e a preparação de uma iniciativa cultural para comemorar o seu aniversário.
Como se sabe, Álvaro de Campos, filho do fingimento do poeta fingidor, nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890, pela uma e meia da tarde, engenheiro naval, tipo vagamente judeu português, estudou na Escócia e viajou pelo Oriente. Segundo dizem os entendidos, seu pai, deu-lhe mais 26 irmãos. Sendo, provavelmente, o mais culto de todos, vale a pena conhecer as suas obras: Opiário, Ode Marítima, Ode Triunfal, Passagem das Horas, Tabacaria, Aniversário, Lisbon Revisited.
O pai, considerava que, naquela época, havia uma grande falta de literatura, pelo que, através dos filhos, poderia ser ele a própria literatura.
Assim, através de fingimentos, nasceu em Tavira um movimento cultural muito interessante com resultados muito positivos.
E novos poetas vão realmente nascendo em Tavira, como é o caso de:
URGÉLIA SANTOS
Tavira
No seu ventre corre o Séqua e o Gilão
Pelas suas encostas, escorre a tradição
Tesouros escondidos nos seus telhados
Onde gaivotas espalham os seus gritos
molhados
As águas do rio espelham o colorido
casario
Onde se está tão bem, no calor do verão
ou no inverno frlo
La no alto de Santa Maria, o relógio
espreita
Comunhão com o Castelo, que tão bem o
aceita
Terra de tanta história e lendas
encantadas
E tanta Fé...
Vê-se nas suas inúmeras igrejas caiadas
As suas pontes ligam as gentes e as
margens
Os turistas passeiam e roubam as suas
imagens
Tavira, esculpida entre a Serra e o Mar
No Sul, luz e calor, de braços abertos... a
vos esperar
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