Cristóvão Sá Pimenta
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“…Larguem
tudo novamente, lancem-se pelos caminhos”[1]
Quero ir lá para
trás. Para um tempo de aventura e ilusão. Para um tempo que o inebriar dos
espíritos e as mentes libertas compunham as sinfonias da tarde. Quero ir até
onde as forças me derem para gritar… Não, não quero estes bichos de merda. Que
à dignidade humana trazem desgraça e solidão. Chega de promessas vãs. Deixai
que me renove de forças e utopia e irei pelas pradarias, montado em cavalo de
esperança, anunciando novas vidas.
Ficaste de bolsos
vazios? Esvazia o dos outros. O daqueles que te forçaram a penúria. De que te
vale o voto que tens na mão…é arma de pólvora seca. Melhor será acreditares em
ti e em ti, qual pedra lançada à água, esperar que as ondas se multipliquem e
contagiem outros tis, em exercícios de solidariedade e amor.
Temos de “… subverter
o quotidiano”. À norma, responder com o novo. À norma, retorquir com o arrancar
das palas. À norma…subverter, subverter, …deixando que os esbirros se afundem
no lodo da ignomínia. Procuraremos novos cisnes e que outros cantos nos levem à
opulência superior do Ser, esvaziando o ter.
Assobiaremos a nossa
raiva, até que as cabeças dos pandilhas sejam armas de arremesso, pois de útil
mais nada têm. Num tempo de passagem que é permanente, exige de ti a vida,
ignorando os produtores de palavras e feitos ignóbeis. Esquece a intempérie do
planeta troika que nos impinge seres feios e maus.
Dá ao fruto o sabor
da esperança e amor profundo dos corpos adolescentes, deixando que em liberdade
o género se confunda, expirando e suspirando por novos caminhos. Que interessa
agora o sonho antigo? Em nome dele fizemos desgraça.
Não receies perder-te
nos labirintos…pois diferente te sentirás. Os que te deixaram, os do medo,
esses sim … destrói-os … são já caminho sem saída. São princípio de precipício
e fim de linha.
Deixa que outras
energias te avassalem o corpo e parte para a (re)construção da tua utopia, “…largando
tudo novamente, lançando-te pelos caminhos” do arco-íris.
[1] Exercício a
partir Bolaño (1976) – Primeiro Manifesto Infrarrealista
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