mário faria
Porque é que um procurador-geral da República tem de ser especialmente corajoso para investigar "poderosos e ricos"? Quem chega a este lugar, um dos mais poderosos do Estado, tem alguma razão, objetiva ou subjetiva, para temer seja quem for e seja o que for? (Pedro Tadeu)
Temos o dever de desconfiar da substituição de Joana Marques Vidal.
Os poderes do dia têm medo da independência do Ministério Público. O que correr mal no combate à corrupção será agora responsabilidade política de Costa e de Marcelo. (José Manuel Fernandes)
Cavaco Silva considerou, esta quarta-feira, que a não recondução da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, foi a decisão "mais estranha" do Governo liderado por António Costa. O antigo Presidente da República falou à margem de um congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), referindo que a não recondução de Joana Marques Vidal é algo que considera "muito estranho, estranhíssimo, tendo em atenção a forma competente como exerceu as suas funções e o seu contributo decisivo para a credibilização do Ministério Público".
O governo pôde sanear a Procuradora-Geral da República porque a oligarquia política está finalmente em sintonia e porque, acima de tudo, aprendeu a desprezar os portugueses. (Rui Ramos).
Marcelo foi mais um daqueles notários que validam qualquer assinatura do que um Presidente ciente do seu poder de nomeação. Para o bem e para o mal, foi cúmplice da revanche do PS contra (Luís Rosa).
O último pico de calor neste ambiente de populismo difuso foi a substituição da PGR, Joana Marques Vidal. Como pudemos verificar, o resultado do processo, como é próprio do populismo, acaba por ser a despolitização, a despolitização generalizada da matéria política. (António Guerreiro).
Regressado duma saída à Suécia, encontrei um ambiente político assanhado, como é costume, e da ementa constava um alargado número de queixas. A sucessão da PGR estava sob fogo: a controvérsia, como acima se refere, corria acesa e perfumada com o indiscreto cheirinho a direta ressabiada. Na minha perspectiva, os mandatos a cargos públicos deveriam seguir um regime semelhante ao da presidência da república. Não vejo por que razão os "estipulados" seis anos para a PGR não deveriam ser praticados. Falámos nisso no café da esquina. Fiquei espantado por haver mais rapaziada do que esperava que pensava exactamente o contrário e a discussão aqueceu. Valeu o Chico Fininho, completamente alheio ao que se passava, foi interpelado para dizer o que pensava. E o tipo disse da sua justiça: tenho saudades dos tempos em que "je t´aime mois non plus" era dançado nas festas populares e nos bailes de garagem e era porreiro porque a malta acabava sempre por fazer estragos nas calças. O amor inocente é o amor verdadeiro e já não há disso. Acho que a Joana nuca foi a um baile desses. Rimos e gargalhámos. E foi assim que se passou.
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