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01/01/13

MÉDIAS

Mário Martins

 

O português médio é o que está no meio dos portugueses fora da média. Em termos de rendimento, as famílias tinham, em 2009, um rendimento bruto médio anual de 18.400 euros*, ou seja, dividindo por 14 meses (em 2009 ainda se pode dividir por 14…), 1.314 euros mensaisbrutos por agregado familiar. Este cálculo tem como base o IRS declarado**, o qual, como sabemos, está longe da realidade. Basta lembrar-nos que, segundo alguns cálculos, o valor da chamada economia paralela representa cerca de 25% do PIB (Produto Interno Bruto). Com esta prevenção, quantas famílias auferiam aquele rendimento bruto médio? E quantos são e quantoganham os agregados familiares fora da média? É o que veremos nos gráficos a seguir, baseados nas estatísticas da Pordata***:

Neste gráfico vemos que do total de 4.615.388 agregados familiares apenas 672.564 auferiam um rendimento situado no escalão de 965 a 1.357 euros mensais (onde está o rendimento médio de 1.314 euros), o que significa que são menos de 672.000, representando menos de 15% do total, os agregados familiares que ganhavam o rendimento médio.

E vemos também que 56% do total de agregados auferiam menos de 965 euros, enquanto 29% auferiam um rendimento superior a 1.357 euros.

Neste gráfico vemos que o escalão de 358 a 714 euros mensais (onde se situam o valor limiar do risco de pobreza - 372 euros em 2009 - e o rendimento correspondente ao salário mínimo nacional) é, de longe, o que concentra o maior número de agregados, representando mais de um quarto do total, enquanto o escalão máximo de >17.857 euros significa mais de 32 salários mínimos e mais de 14 rendimentos médios. Deve notar-se, no entanto, que pelas novas taxas de IRS, os beneficiários deste escalão máximo pagarão ao Estado pelo menos metade do seu rendimento declarado.

De registar ainda a ascensão da classe de rendimento de 3.572-7.143 euros, com mais quase 76.000 agregados do que a classe precedente de 2.858-3.571 euros.

Para finalizar, este gráfico mostra a dinâmica da distribuição do conjunto dos agregados familiares pelas diversas classes de rendimento no decurso de 20 anos ( com a ressalva de não saber se os valores dos escalões de rendimento têm em conta o factor inflação).

Com estes dados poderemos fazer uma ideia mais concreta do que significam, no que respeita ao rendimento, expressões linguísticas como “os portugueses” ou cifras médias abstractas como “o valor do rendimento médio das famílias”.

*Valores provisórios

**Modelo 1+Modelo 2 (o que quer dizer que também se dividiu por 14 meses o rendimento declarado pelo Modelo 2)

***www.pordata.pt/Portugal

 

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